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BIODIESEL

Seminário explora possibilidades para mercado de biodiesel em Mato Grosso

04 Mai 2016 - 17:22

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Ass. Sistema FIEMT

Seminário explora possibilidades para mercado de biodiesel em Mato Grosso
O Secretário de Projetos Estratégicos de Mato Grosso, Gustavo Oliveira, defendeu a substituição de combustíveis fósseis por energias renováveis durante o Seminário “Biodiesel: Oportunidades e Benefícios do Uso Voluntário”. O evento foi realizado no Sistema Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Sistema Fiemt), em Cuiabá, nesta quarta-feira (04).

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O evento foi promovido pelo Sindicato das Indústrias de Biodiesel no Estado do Mato Grosso (Sindibio-MT), a Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio), a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e a União Brasileira de Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), procurou mostrar a uma plateia de empresários, líderes de associações empresarias, representantes de prefeituras municipais que constituem os potencias consumidores do chamado biodiesel voluntário.

Representando o governador do Estado, Pedro Taques (PSDB), Gustavo Oliveira tratou da possibilidade de consumo de biodiesel superior ao previsto em lei, de 7% por litro de diesel (B7). Segundo ele, a prefeitura de Cuiabá divulgará edital para renovação da frota dos ônibus de transporte coletivo de passageiros na cidade e seria interessante que a medida constasse como regra da concessão, o que poderia gerar investimentos em inovação tecnológica e novos empregos.

Desde o ano passado, de acordo com a resolução nº 3 do Conselho Nacional de Política Energética, frotas cativas como empresas de ônibus, transporte rodoviário, coletas de lixo, frotas oficiais de poderes públicos, podem adquirir misturas de até B20 (20% de biodiesel por litro de diesel) e B30 (30% de biodiesel por litro de diesel) para transporte ferroviário, máquinas e tratores agrícolas.

Além de segundo maior produtor de biodiesel do país, o estado de Mato Grosso apresenta uma curva crescente de 3% no consumo de combustíveis, devido ao agronegócio, enquanto a média nacional registra uma queda de 6%.

Ao iniciar sua apresentação, o representante da Mercedes Benz, Nilton Shiraiwa, ressaltou que diante de testes realizados em 2009 – onde um veículo rodou cerca de 1 milhão de quilômetros com a mistura B20 - a empresa não faz nenhuma restrição quanto à sua utilização, pois não foram detectados problemas como criação de borra ou oxidação do sistema de injeção.

O diretor do Departamento de Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Ricardo Dornelles, apresentou no evento toda a fundamentação legal e regulatória para o novo mercado do biodiesel brasileiro. “Esse é o momento para os agentes da cadeia produtiva do biocombustível sentarem e fazerem suas contas junto com os potenciais consumidores”, manifestou.

Segundo ele, pelos valores praticados no último leilão de venda do óleo renovável pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) o biodiesel produzido em MT chegou a ser até 0,38 centavos mais barato que o diesel por litro - não consideradas a margem das distribuidoras.

Dornelles disse ainda que o B20 e B30 já são permitidos e regulamentados pelo CNPE, sem necessidade de autorização previa da ANP. “Os biocombustíveis são produtos do ‘bem’ e agora o novo mercado precisa do engajamento de governos municipais e estaduais para que as oportunidades econômicas, como no caso de Mato Grosso, e ambientais sejam aproveitadas por todos”.

No seu entender, o consumo voluntário de biodiesel é uma oportunidade onde todos ganham, porque o consumidor reduz o custo com combustível, o distribuidor faz novos clientes e o produtor tem faturamento maior.

Aproveitar oportunidades foi o tema da palestra do presidente do Sindibio, Rodrigo Guerra, para quem a resolução do CNPE abre todo um campo de possibilidade de fomento da economia de Mato Grosso e do Brasil.

O diretor superintendente da APROBIO, Julio Minelli, enalteceu em sua palestra os benefícios ambientais e de saúde pública do biodiesel, abordando o estudo encomendado pela Associação em parceria com o Instituto Saúde e Sustentabilidade que apontou que a utilização de B20 evita a morte de 14 mil pessoas/ano somente nas regiões metropolitanas de RJ e SP.

"Ainda que o diesel não seja o responsável por toda a poluição local em Cuiabá, o biodiesel pode contribuir para a melhora da qualidade do ar e a diminuição do material particulado que é bastante forte na região" ressaltou Minelli.

Carlos Melnec, diretor executivo de revenda da Volvo em Mato Grosso, citou a experiência de Curitiba, onde os ônibus do transporte coletivo são abastecidos com o combustível vegetal, e disse que os veículos pesados da marca podem ser utilizados em qualquer estado, pois já estão aptos a rodar com B30.

Ao lado dos benefícios ambientais, está também a agregação de valor à produção de soja do Estado e a geração de empregos de qualidade inerentes ao Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel, explicou o diretor superintendente da Ubrabio, Donizete Tokarski.

“O biodiesel é um produto que tem a cara de Mato Grosso. A indústria e a sociedade precisam refletir que tipo de combustível nós queremos e se apropriar dos benefícios da ampliação do uso deste biocombustível”, destacou Tokarski.
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