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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

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História do algodão em Mato Grosso é retratada em livro; cultura está presente desde o período pré-colonial

Foto: Divulgação

História do algodão em Mato Grosso é retratada em livro; cultura está presente desde o período pré-colonial
Responsável por quase 70% da produção nacional de algodão, a história da cotonicultura mato-grossense será retratada na obra "Algodão - Os pioneiros que transformaram Mato Grosso em um grande produtor", que será lançada no dia 08 de dezembro em Cuiabá. Escrita pela jornalista Martha Baptista a obra traz um resgate dos desafios enfrentados pelos pioneiros da cultura no Estado até a fundação da Associação dos Produtores de Algodão de Mato Grosso (Ampa) e a atualidade.

"Algodão – Os pioneiros que transformaram Mato Grosso em um grande produtor" será lançado na quinta-feira, 08 de dezembro, durante a posse da diretoria eleita para o biênio 2017/2018. A obra traz ao longo de 184 páginas depoimentos de produtores pioneiros no cultivo de algodão mecanizado em Mato Grosso, além de imagens.

A ideia de levar para o papel a história da cotonicultura mato-grossense surgiu na época da inauguração da nova sede da Ampa, o Edifício Cloves Vettorato, que abriga outras entidades como a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), em agosto de 2014.

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Segundo a autora Martha Baptista, em entrevista ao Agro Olhar, o diretor executivo da Associação, Décio Tocantins, deu a ideia de resgatar a história do início do cultivo mecanizado do algodão em Mato Grosso na época em decorrência a inauguração da Sala dos Pioneiros (sala de reunião da entidade). "Esse primeiro resgate resultou no Jornal dos Pioneiros, distribuído na ocasião, e acredito que essa foi a semente do livro”.

A obra conta com depoimentos de produtores pioneiros ou seus herdeiros, como é o caso de Ignácio Mammana Netto. Martha Baptista conta que o livro traz, ainda, a história de Olacyr de Moraes, a quem ela entrevistou em março de 2010. "Fiquei tão encantada que achei que valia a pena contar essa história com mais detalhes num livro. A proposta foi abraçada de imediato por Décio e pelo presidente Gustavo Piccoli, que é um pioneiro no cultivo do algodoeiro na região de Sorriso".

De acordo com a autora, hoje é comum encontrar livros sobre a história do algodão no cerrado brasileiro, porém com ênfase maior na parte técnica. "Nossa intenção foi focar a história dos pioneiros da cotonicultura em Mato Grosso, resgatando personagens e fatos importantes do período em que o cultivo era feito por pequenos produtores das regiões de Rondonópolis e Cáceres, entre outras, e principalmente as circunstâncias que favoreceram o início do sistema mecanizado. Procuramos mostrar essa evolução, recorrendo a relatos de produtores e testemunhas da época (pesquisadores, técnicos, consultores e colaboradores das unidades produtoras). Nossa proposta foi humanizar essa história contando como as pessoas e diversas instituições (governamentais e privadas) se uniram para tornar Mato Grosso o maior produtor de algodão do Brasil num período relativamente curto de tempo".

O levantamento das histórias e informações foi com base em depoimentos de produtores. Em alguns casos, revela Martha, foi necessário contar com o auxílio de pesquisadores, consultores, técnicos e colaboradores mais próximos dos produtores. Os primeiros capítulos, por exemplo, contaram com a ajuda de historiadores como Maria de Fátima Costa (da Universidade Federal de Mato Grosso), à arqueóloga Maria Clara Migliacio e a pesquisadores de diversas instituições. Também foram utilizadas fontes documentais. "Antes de iniciar a redação, li muitos livros com relatos de viajantes que percorreram Mato Grosso, a partir do século XVI, e constaram a presença do algodão (plantas, teares, vestimentas) entre diversos grupos indígenas".



Dificuldades e curiosidade

O maior desafio para a elaboração da obra foi o tempo, segundo Martha. "Desde o início do trabalho (há um ano), tínhamos como meta concluir o livro para que fosse lançado pelo presidente Gustavo Piccoli, um grande entusiasta do projeto, que passará a presidência da Ampa a Alexandre Schenkel no próximo dia 8. Havia muitas fontes a serem consultadas (inclusive em outros estados) e foi relativamente difícil organizar essa agenda".

Outra grande dificuldade foi o resgate de imagens da época. "Porém, mais uma vez contamos com a boa vontade de muitos produtores, técnicos, pesquisadores, consultores e de colaboradores das equipes da Ampa e do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt)".

Mas, apesar dos desafios a obra trouxe à tona muitas curiosidades sobre a cultura em Mato Grosso. "Os leitores conhecerão um pouco mais dos bastidores dessa história de sucesso e também recheada de dificuldades que levaram alguns produtores a desistirem do cultivo do algodão. Na minha opinião, a obra contribui para compreendermos melhor o processo de desenvolvimento de Mato Grosso nas últimas décadas e valorizarmos mais a visão, o empreendedorismo e a coragem daqueles que "ousaram fazer algo novo no coração do Brasil", como diz o presidente Gustavo Piccoli em seu texto de apresentação", salienta a autora.
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