O milho, ao contrário da soja, está levando os produtores de Mato Grosso a ficarem de olhos bem abertos. É porque a perspectiva de colher na segunda safra 2016/2017 cerca de 26 milhões de toneladas de cereal pode derrubar os preços da saca de 60 quilos não cobrindo mais uma vez os custos de produção.

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"O milho é realmente o nosso sinal vermelho (venda e preço). Eu acho que se vier a safra no tamanho desenhado nós podemos ter preços deprimidos entre R$ 15 e R$ 17 em algumas regiões e isso não cobre os custos de produção hoje", observou o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Endrigo Dalcin, ao Agro Olhar.

O cereal é o ponto de discussão em Cuiabá do projeto Fórum Mais Milho nesta sexta-feira, 09 de dezembro, que reuniu autoridades como o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, é o presidente da Monsanto na América do Sul, Rodrigo Santos.

Hoje, o preço mínimo estipulado pelo Governo Federal para a saca de 60 quilos do milho em Mato Grosso é de R$ 16,50. O montante é superior aos R$ 13,56 do ciclo 2014/2015, porém abaixo dos R$ 22,00 considerados necessários para cobrir os custos de produção.

De acordo com Dalcin, o objetivo do Fórum Mais Milho é discutir entraves para a cadeia produtiva do cereal e buscar soluções e alternativas quanto a preço, resistência à pragas, consumo, tecnologia, entre outros.

"O Fórum vem para levantar uma questão principal entre produtores e compradores, mas não só compradores internacionais, grandes multinacionais, e sim os compradores que usam o milho dentro do Brasil, que usam para a produção de carne. Esse foi o intuito de trazer o Mais Milho, ou seja, para tentar trazer essa junção entre comprador e vendedor, para que a gente não tenha essas oscilações bruscas de preço e traga desestímulo ao produtor", declarou o presidente da Aprosoja-MT.