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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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e indústria de máquinas

Atitude da escola Imperatriz Leopoldinense é “irresponsável” ao culpar o agronegócio, afirma setor produtivo de Mato Grosso; veja fantasias

Foto: Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense

Atitude da escola Imperatriz Leopoldinense é “irresponsável” ao culpar o agronegócio, afirma setor produtivo de Mato Grosso; veja fantasias
Com alas chamadas de "Fazendeiros e Seus Agrotóxicos" e "Pragas e Doenças", além de em determinado trecho do samba enredo chamar os produtores de "belo monstro", a escola de samba Imperatriz Leopoldinense segue trazendo “revolta” em meio ao setor produtivo e industrial mato-grossense e brasileiro. Na avaliação de produtores, entidades e da indústria brasileira de máquinas, a atitude da escola de samba é considerada como um "desserviço" e "irresponsável" ao  "tratar o agronegócio como culpado por eventuais mazelas vividas pelos indígenas". Setor produtivo lembra que 61% da área de Mato Grosso é preservada.

A escola em 2017 homenageia no Carnaval a região do Parque Nacional do Xingu e tem como tema "Xingu - O clamor que vem da Floresta". 

O samba enredo é de composição de Moisés Santiago, Adriano Ganso, Jorge do Finge e Aldir Senna. Nele os indígenas são exaltados como os guardiões da floresta e que o "jardim sagrado" foi descoberto pelo "caraíba" que hoje "sangra o coração do meu Brasil". A letra ressalta ainda, em tom de crítica ao agronegócio, que "o belo monstro rouba as terras dos seus filhos / devora as matas e seca os rios / tanta riqueza que a cobiça destruiu".

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Na última semana, como o Agro Olhar noticiou, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) repudiou o modo como a escola de samba vem tratando o agronegócio e alegou que a mesma "mostra total despreparo e ignorância quanto à história brasileira e à realidade econômica e social do país".

A atitude está sendo classificada por diversas entidades dos setores produtivos e até mesmo da indústria brasileira de máquinas como um "desserviço a nação atribuir ao agronegócio a responsabilidade pelo desmatamento e agressão à fauna e flora", como apontado pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) afirma entender a atitude da Imperatriz Leopoldinense "como impróprios e irresponsáveis ao tratar o agronegócio como culpado por eventuais mazelas vividas pelos indígenas".

Ainda em nota a Acrimat destacada que "Os milhões de brasileiros que atuam na agropecuária sentiram-se atingidos pela ignorância da Imperatriz que, nesses quesitos, denigre a importância do setor produtivo", e lembra que em Mato Grosso 61% das áreas são preservadas, conciliando sustentabilidade econômica e ambiental.

De acordo com o setor produtivo de sementes de soja, "É importante ressaltar que o Brasil, entre os principais países produtores agrícolas, é o que mais preserva suas matas nativas". Em nota conjunta assinada pelas Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja (Abrass), em conjunto com a Associação Goiana dos Produtores de Sementes e Mudas (Agrosem), a Associação dos Produtores de Sementes dos Estados do MATOPIBA (Aprosem) e a Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat), o setor de sementes de soja salienta ainda que "O agronegócio não rouba as terras de seus filhos, pelo contrário, cuida das terras em que produz e garante o alimento de cada dia de toda uma nação".

Na visão do setor produtivo mato-grossense e brasileiro, bem como da indústria de máquinas, "faltou" para os autores do samba enredo "conhecimento sobre a importância do agronegócio brasileiro aos olhos do mundo, pois o Brasil, que por muitos anos foi um grande importador de alimentos, hoje é um dos maiores exportadores, campeão mundial de produção de grãos e de proteína animal. Além de apresentar resultados significativos em geração, transferência e adoção de tecnologias e pesquisas", como destacado pelas Associações Abrass, Agrosem, Aprosem e Aprosmat.

Preocupação na Sapucaí

O setor produtivo mato-grossense e brasileiro afirmam ainda estar preocupado na forma como a escola irá abordar a atividade agropecuária na Sapucaí.

"Preocupa-nos sobremaneira a forma como a escola contextualizou o samba-enredo e as fantasias abordando negativamente alguns dos aspectos da produção, como a ocupação das terras e a utilização de defensivos. Se não fosse a evolução tecnológica que conquistamos ao longo dos anos, certamente não chegaríamos à produção sustentável que temos hoje, que permite elevar a produção de alimentos na mesma área, sem a necessidade de novas aberturas", observa comunicado oficial conjunto da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) e Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil).




Confira a nota de repúdio da Abimaq:

“Samba-enredo da Imperatriz Leopoldinense desrespeita a agricultura brasileira

Em referência à menção pública da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense por meio de seu samba-enredo com o tema "Xingu, o clamor que vem da floresta", a ABIMAQ considera ser um desserviço a nação atribuir ao agronegócio a responsabilidade pelo desmatamento e agressão à fauna e flora.

De acordo com o presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA), Pedro Estevão Bastos, tal menção revela total desconhecimento da legislação em vigor, das práticas agrícolas e do papel relevante do agronegócio na economia nacional.

"Essa citação é desrespeitosa com os agricultores que trabalham para alimentar o Brasil e as centenas de países que exportamos nossos excedentes agrícolas", acrescenta o presidente executivo da ABIMAQ, José Velloso.

O presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ, João Carlos Marchesan, destaca que a agricultura é um dos setores que mais gera emprego e riqueza para o país.”


Confira nota de repúdio da Acrimat:

“A Associação dos Criadores de Mato Grosso (ACRIMAT), entidade que representa a pecuária de corte no Estado, repudia a atitude da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense, no que diz respeito ao enredo, alas e fantasias do carnaval de 2017 no Rio de Janeiro, que entende como impróprios e irresponsáveis ao tratar o agronegócio como culpado por eventuais mazelas vividas pelos indígenas.

Os milhões de brasileiros que atuam na agropecuária sentiram-se atingidos pela ignorância da Imperatriz que, nesses quesitos, denigre a importância do setor produtivo. Os resultados do campo são inquestionáveis e estão presentes todos os dias na mesa, também, dos dirigentes, sambistas, passistas e de todas as alas dessa escola de samba.

A Associação crê que não existe outra forma de sintetizar proteínas que não seja pela utilização da terra, da água e do sol, portanto a agropecuária continuará sendo a atividade mais importante para a sobrevivência da humanidade. Em Mato Grosso 61% das áreas são preservadas, conciliando sustentabilidade econômica e ambiental. Garantindo a liderança na produção agrícola e o maior rebanho bovino do Brasil, respeitando as reservas, o espaço e a cultura dos povos indígenas.

A Acrimat espera que o Estado brasileiro cumpra suas obrigações constitucionais, defendendo toda sua população, enquanto o agronegócio continuará produzindo proteínas animais e vegetais para que o Brasil perenize a oferta de alimentos em quantidade e qualidade necessária à continuidade da vida.

Marco Túlio Duarte Soares
Presidente da Acrimat”


Confira nota de repúdio conjunta da Abrass, Aprosmat, Agrosem e Aprosem:

“A Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja (ABRASS), em conjunto com a Associação Goiana dos Produtores de Sementes e Mudas (AGROSEM), a Associação dos Produtores de Sementes dos Estados do MATOPIBA (APROSEM) e a Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (APROSMAT), repudia veementemente o samba enredo da escola de samba Imperatriz Leopoldinense, intitulado "Xingu, o clamor da floresta", a ser cantado no carnaval deste ano no Rio de Janeiro.

Com alas chamadas "Fazendeiros e Seus Agrotóxicos" e "Pragas e Doenças", o enredo de 2017 da Imperatriz Leopoldinense vem carregado de desinformação sobre a realidade do agronegócio brasileiro, quando chama-o de "belo monstro" que "rouba as terras dos seus filhos, e acaba com as matas e seca os rios".

O setor produtivo de semente de soja não pode fechar os olhos para as inverdades que o enredo cita, tendo em vista que o carnaval carioca é uma festa que atrai os olhares do mundo todo. Não se pode defender os índios denegrindo o agronegócio.

É importante ressaltar que o Brasil, entre os principais países produtores agrícolas, é o que mais preserva suas matas nativas. O agronegócio não rouba as terras de seus filhos, pelo contrário, cuida das terras em que produz e garante o alimento de cada dia de toda uma nação.

Aos autores do samba enredo, faltou o conhecimento sobre a importância do agronegócio brasileiro aos olhos do mundo, pois o Brasil, que por muitos anos foi um grande importador de alimentos, hoje é um dos maiores exportadores, campeão mundial de produção de grãos e de proteína animal. Além de apresentar resultados significativos em geração, transferência e adoção de tecnologias e pesquisas.

Apesar da crise econômica que o Brasil vem enfrentando, o agronegócio brasileiro tem assegurado a geração de emprego e renda no País e é responsável por 22% do PIB Nacional. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o Valor Bruto da Produção (VBP) da soja, por exemplo, é de R$ 118 bilhões, que representa 32,3% do VBP agrícola. Esse dado representa a evolução do desempenho das lavouras ao longo dos anos e corresponde ao faturamento dentro do abastecimento.

Sobre os agrotóxicos, é importante destacar que, devido ao clima tropical do Brasil, muitas pragas e doenças se desenvolvem. Para garantir a produção e qualidade dos alimentos que chegam ao consumidor final, é preciso fazer um controle defensivo. Sem esse monitoramento, a produção alimentícia pode cair pela metade, o que resultaria na falta de abastecimento das refeições.

As entidades ABRASS, AGROSEM, APROSEM e APROSMAT, em nome de todos os seus associados, não poderiam deixar de se posicionar diante dessa injustiça a este segmento que tem garantido resultados positivos ao Brasil.


Marco Alexandre Bronson e Sousa
Presidente da ABRASS

José Fava Neto
Presidente da AGROSEM

Laerte Baechtold
Presidente da APROSEM

Gilberto Flávio Goellner
Presidente da APROSMAT”

Confira comunicado oficial conjuto da Famato, Acrismat, Ampa, Aprosmat, Aprosoja Mato Grosso e Aprosoja Brasil:

"Entidades do Agro de Mato Grosso e Aprosoja Brasil se posicionam sobre samba-enredo da Imperatriz Leopoldinense

O Brasil já foi reconhecido internacionalmente como o país do futebol e do Carnaval. Hoje a realidade é outra: também somos reconhecidos como grande líder na produção de alimentos de forma sustentável, destacando-nos fortemente frente a outros países no mundo. Conquistamos estas posições graças ao talento, à criatividade e ao trabalho do povo brasileiro.

Por respeitar a manifestação cultural do Carnaval e reconhecer seu poder em divulgar a cultura e a história brasileiras, as entidades que representam a agricultura e pecuária de Mato Grosso e a Aprosoja Brasil vêm a público manifestar sua preocupação na forma com que a Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense irá abordar a atividade agropecuária no seu samba-enredo deste ano, cujo tema é "Xingu, o Clamor da Floresta".

Preocupa-nos sobremaneira a forma como a escola contextualizou o samba-enredo e as fantasias abordando negativamente alguns dos aspectos da produção, como a ocupação das terras e a utilização de defensivos.
Se não fosse a evolução tecnológica que conquistamos ao longo dos anos, certamente não chegaríamos à produção sustentável que temos hoje, que permite elevar a produção de alimentos na mesma área, sem a necessidade de novas aberturas.

Como disse o ganhador do prêmio Nobel da Paz em 1970, Norman Ernest Borlaug, referindo-se a agricultura mundial: "Para aqueles cuja principal preocupação é defender o 'ambiente', vamos olhar o impacto que a aplicação da agricultura baseada na ciência teve sobre o uso da terra. Se a produtividade dos cereais de 1950 tivesse permanecido em 1999, teríamos precisado de 1,8 bilhão de hectares adicionais de terra da mesma qualidade, em vez dos 600 milhões que foram usados".

Respeitamos a licença poética dos carnavalescos, mas esperamos que a criatividade artística não reforce opiniões preconceituosas e errôneas sobre a atividade agropecuária com informações que não correspondem à realidade de quem vive o campo.

Somos o único país com 61% das espécies nativas resguardadas em terras indígenas, unidades de conservação da biodiversidade, Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal. Somente 27,7% do território brasileiro é destinado à agropecuária. O Agro brasileiro é obediente a uma das mais severas e rigorosas legislações sociais e ambientais do mundo.

O Agro também é motivo de orgulho.

FAMATO – Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso
ACRISMAT – Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso
AMPA – Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão
APROSMAT – Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso
APROSOJA – Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso
APROSOJA BRASIL – Associação dos Produtores de Soja do Brasil"




Atualizada para acrescimo de nota às 09h35
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