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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Sob o risco de perder título de Reserva da Biosfera, Pantanal acumula seis anos sem investimentos

Sob o risco de perder título de Reserva da Biosfera, Pantanal acumula seis anos sem investimentos
Mais de seis anos sem investimentos e sem políticas públicas específicas. É esse o problema que o Conselho da Reserva da Biosfera do Pantanal tentará reverter. O grupo foi criado para tentar evitar que a região perca o título de Reserva da Biosfera, outorgado pela Unesco. O plano foi apresentado nesta sexta-feira (03) na sede do Instituto de Pesquisa do Pantanal em Cuiabá.

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Para a presidente do Conselho, Fátima Sonoda, o último grande projeto na região teve início em 1974. O Programa de Desenvolvimento do Pantanal (Prodepan) durou quatro anos e buscava ampliar a fronteira econômica da área. No ano 2000, o Pantanal teve uma nova chance: foi nomeado Reserva da Biosfera pela ONU. O título garante investimentos econômicos e ambientais com financiamento pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento. Na época, a possibilidade era de que o Brasil angariasse 400 milhões de dólares para aplicação.

Apesar do reconhecimento dessa importante área ecológica e econômica, o governo federal praticamente ignorou as possibilidades de atuação na região. No ano passado, no entanto, a ONU notificou o país alertando sobre a possibilidade da perda do título. Para tentar solucionar a questão, foi apresentado um plano de ação emergencial durante a 23ª Reunião do Comitê das Reservas da Biosfera (IACBR 2017), realizada em Paris.

Investimentos

O plano ainda contém uma dificuldade essencial: a captação de recursos. O governo Taques investirá apenas R$ 3 milhões em pesquisa. Esse valor é destinado a Fundação de Amparo a Pesquisa de Mato Grosso (Fapemat), entidade que funciona como um CNPq estadual.

Segundo o secretário de Meio Ambiente, Carlos Fávaro, a ideia é que o Plano Emergencial seja beneficiado também com recursos da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Secitec). A dificuldade em se investir em pesquisas desse tipo também é um problema nacional, para os especialistas o que falta são políticas públicas específicas no setor.

“A pesquisa é hoje, um dos pilares para se montar uma prática que assimile desenvolvimento econômico e preservação do meio ambiente. Desenvolvimento sustentável significa preservação, e só conseguiremos isso com incentivo a pesquisa”, comenta o professor Paulo Teixeira.

Ele explica que, mesmo com poucos recursos, a UFMT tem desenvolvido projetos na região que procuram assimilar conhecimento científico e tradicional. Para ele, um dos exemplos de como esse método funciona bem é a agropecuária pantaneira, que agride menos o bioma, mas que nas últimas décadas perdeu espaço para a produção bovina no norte do estado.

A grande questão levantada pelos pesquisadores diz respeito a abrangência do Pantanal. No que diz respeito somente a Reserva da Biosfera a área total é de 264.176 Km². Por conta de toda essa extensão territorial, o Plano Emergencial tem a participação de diversas entidades dos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e de Goiás – onde há uma pequena faixa da reserva.
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