O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, adiou a decisão de importação de café robusta. O adiamento visa que a bancada federal do Espírito Santo e produtores de café daquele estado apontem os armazéns onde estão os quatro milhões de toneladas de sacas de café conilon que garantem possui em estoque. De acordo com dados da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), existe um déficit de 1,274 milhão de sacas para atender à indústria brasileira.

O apontamento da banca federal e de produtores de café do Espírito Santo da existência de quatro milhões de sacas de café em armazéns no Estado fez com que o ministro Blairo Maggi adiasse a sua decisão de importar café robusta. Maggi, após uma hora de reunião com o grupo na terça-feira, 07 de fevereiro, deu prazo para que lhe fosse apresentado até o final de semana um relatório mostrando em quais municípios e os armazéns que estão o café que garantem ter em estoque.

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Segundo números da Conab, existe hoje no Brasil um déficit de 1,274 milhão de sacas para atender a indústria brasileira.

O Governo Federal tem como proposta liberar a importação de um milhão de sacas, com distribuição mensal de 250 mil sacas de fevereiro a maio.

O Ministério da Agricultura explica que o café seria incluído na lista de exceção da Tarifa Externa Comum (TEC), até o limite de um milhão de sacas, com alíquota de 2%. Acima desse limite a alíquota sobe para 35%. Hoje, a alíquota de exportação é de 10%.

Conforme dados do Ministério da Agricultura, o Espírito Santo teve um recuo de 45% na produção de café em 2016 no comparativo com 2014 e a previsão é que a safra 2017 seja muito próxima ao ano passado. O Ministério revela ainda que, enquanto a produção caiu, as exportações aumentaram 116% sobre a média do período de 2010 a 2013. Ao se analisar 2015 o crescimento registrado foi de 163% acima da média de 2010 a 2013.

Safra 2017

Os onze Estados produtores de café devem produzir juntos entre 43,65 e 47,51 milhões de sacas de 60 quilos do produto beneficiado, segundo a primeira projeção da safra 2017 de café da Conab. O estudo prevê uma redução no país entre 7,5% e 15% na produção, quando comparado com as 51,37 milhões de sacas do ciclo passado.

São produtores de café no Brasil os Estados de Rondônia, Amazonas, Pará, Bahia, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santos, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.

A safra mato-grossense de café em 2017 deverá ficar entre 165,6 mil e 174,1 mil sacas de produto beneficiado entre as variedades arábica e conilon. A previsão, caso se concretize, é que haja um incremento entre 32,1% e 38,9% em comparação as 125,4 mil sacas beneficiadas em 2016, que assim como as demais culturas também foi afetada pela ausência de chuvas.