Olhar Agro & Negócios

Quinta-feira, 18 de abril de 2024

Notícias | Agronegócio

Após polêmica

A quatro dias de desfile, Imperatriz Leopoldinense troca nome de ala que fala de uso de defensivos

Foto: Divulgação

O samba enredo da escola “Imperatriz Leopoldinense” homenageia a região do Parque Nacional do Xingu com o tema

O samba enredo da escola “Imperatriz Leopoldinense” homenageia a região do Parque Nacional do Xingu com o tema

Após polêmica em torno do seu samba enredo, a escola de samba carioca Imperatriz Leopoldinense anunciou que alterou o nome da ala denominada “Os fazendeiros e seus agrotóxicos” para “O uso indevido dos agrotóxicos”. A ala em questão foi a que mais causou impacto e revolta em meio ao setor produtivo mato-grossense e brasileiro.
 
A renomeação da ala foi anunciada pelo presidente da agremiação, Luiz Pacheco Drumond, e pelo carnavalesco Cahê Rodrigues durante visita nesta semana do presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Marcelo Vieira, do diretor da entidade João Adrien, e do presidente da Sociedade Nacional de Agricultura, Antônio Alvarenga.

Leia mais:
Samba enredo da escola Imperatriz Leopoldinense gera revolta em meio ao agronegócio

Após polêmica com críticas ao agro, Imperatriz Leopoldinense garante que não ataca o setor
 
Com alas chamadas de "Fazendeiros e Seus Agrotóxicos" e "Pragas e Doenças", além de em determinado trecho do samba enredo chamar os produtores de "belo monstro", a escola de samba Imperatriz Leopoldinense segue trazendo “revolta” em meio ao setor produtivo e industrial mato-grossense e brasileiro. Na avaliação de produtores, entidade e da indústria brasileira de máquinas, como o Agro Olhar já comentou, a atitude da escola de samba é considerada como um "desserviço" e "irresponsável" ao “tratar o agronegócio como culpado por eventuais mazelas vividas pelos indígenas".
 
O encontro entre a Sociedade Rural Brasileira, a Sociedade Nacional da Agricultura e a Imperatriz Leopoldinense ocorreu no barracão da própria escola de samba.
 
A visita foi uma iniciativa da própria Sociedade Rural Brasileira, pois, segundo a entidade, ela acredita que "o diálogo é o melhor caminho para esclarecer percepções generalizantes sobre o setor".
 
Durante o encontro, o presidente da escola de samba Luiz Pacheco Drumond afirmou que não houve intenção da agremiação em agredir o setor produtivo brasileiro. Drumond ainda revelou, conforme a Sociedade Rural Brasileira, que ele próprio é um "fazendeiro".

A Imperatriz Leopoldinense entra na Marques de Sapucaí às 00h10 de domingo, 26 de fevereiro. A agremiação afirmou para as entidades do setor produtivo que a reformulação do nome da ala denominada “Os fazendeiros e seus agrotóxicos” para “O uso indevido dos agrotóxicos” é uma maneira de evitar uma percepção generalista de que todos os agricultores usam defensivos agrícolas indiscriminadamente.
 
De acordo com o presidente da Sociedade Rural Brasileira, o episódio criou a oportunidade para que um canal de diálogo com a sociedade fosse aberto para desmistificar o trabalho realizado por milhares de agricultores no país.
 
"Nossas posições não são conflitantes, pelo contrário. O agronegócio é uma atividade moderna e responsável, como o Carnaval. A qualidade dos nossos produtos é o cartão de visitas do Brasil nos mercados internacionais, assim como o Carnaval é um dos símbolos nacionais. Somos ambos peças fundamentais para o desenvolvimento e para a cultura do país", observa o presidente da Sociedade Rural Brasileira, Marcelo Vieira. Ainda conforme ele, a entidade foi até a "Imperatriz para atestar que não há uma disposição beligerante do agro em relação à escola e que acreditamos no diálogo para solucionar qualquer mal-entendido”.
 
O carnavalesco Cahê Rodrigues, segundo a Sociedade Rural Brasileira, pontuou para a entidade que “A Imperatriz privilegia temas culturais e nunca quis ser polêmica. Queremos mostrar o dia a dia do indígena da maneira mais real possível, mas nós fazemos Carnaval, festa, folia. Não estamos errados, mas somos de paz. Então, para evitar qualquer generalização sobre a atividade rural, optamos por mudar o nome da ala para ‘O uso indevido dos agrotóxicos".
 
Para o Conselho Estadual das Associações das Revendas de Produtos Agropecuários do Estado de Mato Grosso (Cearpa-MT) a alteração do nome da ala que trata de agrotóxicos foi uma decisão "assertiva".
 
"Foi uma decisão muito assertiva mudar a forma de falar do defensivo agrícola e do agrotóxico. O que prejudica a segurança alimentar é o uso indiscriminado e o uso de produtos que não são recomendados. São os produtos contrabandeados, roubados e adulterados que estão colocando em risco a segurança alimentar. Então, temos a certeza absoluta que esta mudança é muito sensata e vai inclusive nos fortalecer no combate a esses crimes que afetam a sociedade", avalia o presidente do Cearpa-MT, Gilson Provenssi, em nota.
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet