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Terça-feira, 19 de março de 2024

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Política instável

Mais de 3,3 mil lojas fecharam as portas em MT diante crise financeira; lista inclui concessionárias de veículos

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

A Gabriela Calçados, localizada na Avenida Getúlio Vargas, foi uma das que fechou em 2016

A Gabriela Calçados, localizada na Avenida Getúlio Vargas, foi uma das que fechou em 2016

De pequenas lojas instaladas em bairros até concessionárias de carros, Mato Grosso em 2016 registrou o fechamento de 3.339 estabelecimentos comerciais. O volume supera em 47,5% as 2.263 lojas que em 2015 encerraram as atividades.  O resultado na avaliação do próprio setor foi à inflação elevada no ano passado, impulsionada pela instabilidade política vivida pelo país.
 
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Em 2016, Mato Grosso registrou o fechamento de 17.990 postos de trabalho. O comércio, conforme o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), foi responsável pelo saldo negativo de 5.146 vagas.
 
Levantamento divulgado recentemente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e TUrismo (CNC) mostra que 108,7 mil lojas fecharam as portas no Brasil, sendo em Mato Grosso 3.339 estabelecimentos de diversos segmentos.
 
No ano passado, como o Agro Olhar já comentou, somente em Cuiabá lojas com mais de 20 anos de atuação fecharam as portas. A exemplo da Gabriela Calçados localizada na Avenida Getúlio Vargas. Na ocasião, o Grupo Calcenter, que também detém a marca Studio Z, informou à reportagem que passava por readequação e reposicionamento de algumas lojas.

“Crise. Essa é uma palavra pequena, mas que provocou um grande estrago na economia do país. Ainda hoje estamos vivendo os reflexos desse abalo, e o comércio, foi um setor muito castigado pela crise”, afirma o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso (Fecomércio-MT), Hermes Martins da Cunha.
 
De acordo com o setor empresarial, todos os segmentos do comércio foram afetados, desde uma pequeno loja em bairro até as grandes, como concessionárias de carros e joalherias.
 
Manoel Guedes, que é diretor regional da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores de Mato Grosso (Fenabrave-MT), comenta que dados da entidade revelam que no Brasil entre janeiro de 2015 e 31 de junho de 2016 fecharam no Brasil 1.815 concessionárias de carro zero quilômetro. "Os dois primeiros meses de 2017 o mercado tem apontado queda. Se a economia não tiver uma reviravolta, uma coisa que sinalize muito forte acreditamos que mais concessionárias encerram as atividades em 2017 e 2018".

Shoppings
 
Nos shoppings a situação não foi diferente. Como o Agro Olhar comentou recentemente, 66 lojas localizadas em três shoppings da Grande Cuiabá fecharam nos últimos 12 meses.
 
O presidente União dos Lojistas de Shopping Centers de Mato Grosso (Unishop), Júnior Macagnam, também credita a crise no país como reflexo para a situação. “Não tinha como não registrarmos fechamento nos shoppings também. Além da crise, Mato Grosso tem a particularidade de possuir uma alta carga tributária, logística cara e alto custo da energia elétrica”.
 
Ao Agro Olhar, Macagnam destaca que “Se juntarmos todas as lojas que fecharam de 2016 para cá daria 70% do número de lojas de um shopping novo".
 
O que podia ser feito já foi, diz Fecomércio-MT
 
Conforme o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso (Fecomércio-MT), Hermes Martins da Cunha, “Da parte dos comerciantes, empresários, o que poderia ser feito para manter o negócio, já foi feito”.
 
Martins ressalta que “A regra de economia doméstica nesses casos vale também para as empresas. Quando os gastos estão maiores que a receita, é preciso reduzir custo. Isso foi feito pelos comerciantes com o enxugamento no quadro de colaboradores. As demissões sempre são o último recurso e todos os que estão na atividade já estão atuando no limite”.
 
Ainda segundo o presidente da Fecomércio-MT, “Então, daqui para frente é esperar que a economia se estabilize e estamos confiantes quanto à isso, já que estudos preveem uma inflação de 4,8% este ano. Menos da metade do registrado em 2016, quando o percentual foi de 11%”. 
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