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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Frigoríficos não creem em queda de preço da carne ao consumidor diante operação da PF

Foto: Reprodução/Internet/Ilustração

Frigoríficos não creem em queda de preço da carne ao consumidor diante operação da PF
Os frigoríficos em Mato Grosso não acreditam em uma queda de preço do quilo da carne ao consumidor final diante a operação “Carne Fraca”, deflagrada pela Polícia Federal. Na avaliação do setor, o que se tem hoje é um "momento impactado por notícias que podem promover algo artificial".
 
Em março, o preço médio da carne bovina em Cuiabá está em R$ 21,31, segundo pesquisa do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) publicada no boletim semanal da bovinocultura. O valor é 1,02% menor que a média de R$ 21,53 de fevereiro. O "recuo" foi puxado por cortes como a fraldinha de 7,76% e acém de 6,84%. Em contrapartida, cortes como a picanha e o filé mignon apresentam alta de 4,70% e 2,28%, respectivamente na variação mensal.

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Ao ser questionado sobre os impactos que o preço da carne pode ter ao consumidor diante as restrições de alguns países como a China, Chile e União Europeia, diante a operação da Polícia Federal, o vice-presidente do Sindicato Das Indústrias de Frigoríficos do Estado de Mato Grosso (Sindifrigo-MT), Paulo Belincanta, destacou ao Agro Olhar que "De qualquer forma essas serão oscilações não tão significativas. Você tem um primeiro momento impactado por notícias que podem promover algo artificial".
 
Ainda de acordo com Belincanta, acredita-se que a médio e longo prazo tenha-se "mais estabilidade, do que qualquer oscilação muito abrupta". "Nós temos uma arroba de boi hoje bastante baixa. Essa arroba de boi deve ser pressionada para cima, então eu não vejo baixa do produto final, por causa dos custos de produção de quem faz o boi hoje".
 
O vice-presidente do Sindifrigo destaca ainda que, por histórico, as restrições caso ocorram de fato sejam passageiras, voltando o mercado ao normal em cerca de dois a três meses.
 
Coreia do Sul volta atrás
 
Depois de anunciar na segunda-feira, 20 de março, a suspensão das compras de carne de frango do Brasil, em decorrência a operação "Carne Fraca", o governo da Coreia do Sul voltou atrás. O país asiático informou a decisão nesta terça-feira, 21, contudo, salientou que decidiu intensificar a fiscalização do produto brasileiro.
 
Na sefunda-feira, também haviam anunciado restrições às carnes brasileiras e produtos de origem de proteína animal a China, União Europeia e o Chile.
 
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, anunciou na tarde de segunda-feira, que o país poderá deixar de importar produtos do Chile caso haja retaliação à carne produzida no Brasil.
 
A operação
 
A operação da Polícia Federal denominada "Carne Fraca" foi deflagrada na manhã desta sexta-feira, 17 de março, em sete Estados (São Paulo, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás), com o objetivo de desarticular organização criminosa liderada por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio.
 
A operação é considerada a maior já desarticulada pela Polícia Federa. Estão envolvidos na ação aproximadamente 1100 policiais federais no cumprimento de 309 mandados judiciais, sendo 27 de prisão preventiva, 11 de prisão temporária, 77 de condução coercitiva e 194 de busca e apreensão, em residências e locais de trabalho dos investigados e em empresas supostamente ligadas ao grupo criminoso.
 
As ordens judiciais foram expedidas pela 14ª Vara da Justiça Federal de Curitiba (PR). Gravações telefônicas divulgadas obtidas pela Polícia Federal e divulgadas nesta sexta-feira, 17 de março, apontam que vários frigoríficos nos Estados investigados comercializavam carne estragada tanto para o mercado interno quanto para o mercado externo.
 
Em torno de 30 empresas frigoríficas estão envolvidas na operação "Carne Fraca". Entre as empresas, segundo documentos divulgados pela Polícia Federal, estão a BRF, que controla as marcas Sadia e Perdigão, e a JBS, além de frigoríficos pequenos das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
 
De acordo com a Polícia Federal, agentes públicos utilizando-se do poder fiscalizatório do cargo, mediante pagamento de propina, atuavam para facilitar a produção de alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem qualquer fiscalização efetiva.
 
As investigações ocorreram durante dois anos e dentre as ilegalidades praticadas no âmbito do setor público, denota-se a remoção de agentes públicos, com desvio de finalidade para atender interesses dos grupos empresariais. Conforme a Polícia Federal, tal conduta dos agentes públicos permitia a continuidade delitiva de frigoríficos e empresas do ramo alimentício que operavam em total desrespeito à legislação vigente.
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