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“ESTRATOSFÉRICO”

Média diária de exportação de carnes caiu de US$ 63 milhões para US$ 74 mil após Carne Fraca

22 Mar 2017 - 16:48

Da Redação - Érika Oliveira e Viviane Petroli

Foto: Rogério Florentino Pereira / Olhar Direto

Média diária de exportação de carnes caiu de US$ 63 milhões para US$ 74 mil após Carne Fraca
Os ministros da Agricultura, Blairo Maggi e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, divulgaram nesta quarta-feira (22), durante sabatina no Senado Federal, um balanço inicial dos prejuízos que o Brasil deverá sofrer com a deflagração da Operação Carne Fraca. Conforme o apanhado do MDIC, a média diária de exportação de carnes que era de US$ 63 milhões, caiu para US$ 74 mil na última terça-feira (21).

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“Se me perguntar qual o prejuízo que espero, a grosso modo, algumas contas que a gente faz preveem que o Brasil terá uma oscilação de mercado de 10%, aproximadamente. Estamos falando em números estratosféricos. Não sabemos ainda o tamanho da pancada que vamos receber”, disse Blairo Maggi, durante a audiência que reuniu as comissões de Assuntos Econômicos e Agricultura do Senado.

A projeção dessa perda de 10%, segundo Maggi, seria sobre um volume de US$ 15 bilhões que são exportados ao ano. Ou seja, em valores reais, a redução na venda externa de carnes e derivados poderá atingir US$ 1,5 bilhão.

Até o momento, pelo menos oito países anunciaram a suspensão de compra da carne brasileira: México, Japão, Chile, Suíça, China, Hong Kong, África do Sul e Egito.

Além disso, a União Europeia e a Coréia do Sul anunciaram embargos. A Coréia, no entanto, voltou atrás da decisão.

Em sua fala, Blairo Maggi classificou este momento como um “soco no estomago”. O ministro destacou que a expectativa do Governo era de atingir 10% do mercado mundial da carne pelos próximos cinco anos.

Porém, com a operação, ele acredita que se o Brasil se mantiver nos atuais 7% de participação no mercado já estará “no lucro”.

“O que estamos sofrendo agora é uma pancada, é um soco no estomago. Foi tão forte, mas tão forte que eu só consigo olhar agora e pensar em ficar nos 7% atuais. Esse setor não merecia sofrer como nós estamos sofrendo. Nosso grande trabalho agora é correr atrás, recuperar nossas forças, explicar e efetivamente mostrar que o que aconteceu aqui foi desvio de pessoas e não de sistema”.

Mercado interno

Embora o ministro Blairo Maggi tenha afirmado que ainda não há relatos de diminuição no consumo de carnes no mercado interno brasileiro, a reportagem do Agro Olhar apurou que as vendas de carne para a região sul e sudeste do País tiveram uma redução de pelo menos 20%.

A informação foi repassada pelo gerente administrativo do Frigosul - Frigorífico Sul, localizado em Várzea Grande. “Regionalmente não sentimos nenhum reflexo de redução do consumo. Estamos vendendo plenamente e abatendo plenamente. Agora, em nível de Brasil sentimos uma pequena redução de consumo dos Estados das regiões Sudeste e Sul. Eles estão mais apreensivos e reduziram a sua demanda em torno de 20%”, afirmou.

O Frigosul é um dos frigoríficos brasileiros que fazem parte da chamada “lista geral”, que inclui empresas com autorização para exportar para a União Europeia, para os Emirados Árabes e para Hong Kong – este último é um dos principais compradores de carne do Brasil.

Assim como todas as plantas frigoríficas situadas em Mato Grosso, o Frigosul não é alvo das investigações da Operação Carne Fraca. 
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