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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Manejo sustentável e novas tecnologias garantem rentabilidade na Serra Ricardo Franco

Foto: Foto Ilustrativa: Rafael Rocha - Embrapa

Manejo sustentável e novas tecnologias garantem rentabilidade na Serra Ricardo Franco
O uso de novas tecnologias e técnicas de manejo sustentáveis no campo está sendo a garantia de expansão do agronegócio ao mesmo tempo em que o meio ambiente é preservado. A integração lavoura-pecuária, ou a integração lavoura-pecuária-floreta, assim como o pastejo rotacionado são realidades em um dos municípios mais antigos de Mato Grosso: Vila Bela da Santíssima Trindade (a 519 km de Cuiabá), onde está localizado o Parque Estadual Serra de Ricardo Franco.

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"Para nós produtores, já está bem claro que é necessário preservar o meio ambiente. Colocam-nos como os grandes vilões do desmatamento e incêndios nas florestas, mas não se atentam aos detalhes que a lei ambiental do Brasil é uma das mais rígidas do mundo e, não é só pelas altas punições que preservamos, e sim porque precisamos do meio ambiente", disse a médica veterinária Larissa Milani Zem.
 
Larissa ressalta que a preservação ambiental é uma questão de consciência sobre a necessidade que os produtores rurais possuem em relação aos recursos naturais. "Afinal nossas plantações e animais também precisam de água. O que o rebanho irá beber se não cuidarmos de Áreas de Preservação Permanentes e nascentes? Como a plantação irá se desenvolver? E o ar que respiramos é diferente daquele que a população urbana respira?", questiona. 
 
O manejo adequado na pecuária é exemplo de quanto o campo vem se desenvolvendo nos últimos anos.  "É comprovado que gramíneas forrageiras, bem manejadas, são capazes de sequestrar significativas quantidades de carbono e fixá-las no solo de forma orgânica, da mesma forma acontece em pastagens consorciadas com grãos. As pastagens degradadas - devido ao manejo incorreto - são um alerta à baixa sustentabilidade da propriedade. Para ser sustentável tem que ser economicamente, socialmente e ambientalmente viável", explica Larissa Milani Zem que é produtora rural na região.
 
Neste quesito também entram os defensivos agrícolas que são utilizados em doses recomendadas, e cujas doses apresentam baixo risco ou inexistente à saúde das pessoas, animais e meio ambiente.
 
"Estes produtos melhoram a eficiência da produção, ou seja, produzir mais alimentos sem que seja preciso desmatar novas áreas para produzir a mesma quantidade. Portanto, contribuem com a preservação das áreas suprindo a demanda de alimentos. Um exemplo disso é a revolução verde nos anos de 1970 que multiplicou a produção de alimentos no mundo após o uso de defensivos e fertilizantes sem que fosse aumentada a área cultivada. É preciso produzir cada vez mais, pois a demanda de alimentos continua a crescer consideravelmente", pondera Larissa Milani Zem.
 
Dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) revelam que dos 66,3% da vegetação nativa do país, 20,5% encontram-se preservadas dentro de propriedades rurais, ante a 13,1% em unidade de conservação e 13,8% de terras indígenas. "Isso demonstra que o produtor rural cumpre um papel fundamental para a preservação ambiental", ressalta Larissa Milani Zem.
 
Além da preservação ambiental, os produtores rurais na região da Serra de Ricardo Franco também estão atentos aos incêndios que eventualmente acontecem em decorrência de raios, causas naturais e até mesmo por ação humana. "Os produtores sempre se mobilizam e deslocam máquinas para cessar os focos de incêndio, pois o corpo de bombeiros não consegue chegar a tempo hábil. Protegemos, pois precisamos de um meio-ambiente que continua nos garantindo condições para produzir, e também porque defendemos o nosso lar", pondera Larissa Milani Zem.
 
REDESIGNAÇÃO – Os produtores rurais do Parque Estadual Ricardo Franco, onde fica a propriedade de Larissa, criaram a Associação dos Produtores da Ricardo Franco (APROFRANCO), constituída por 127 famílias, que vivem na região que faz divisa o Parque Estadual Serra Ricardo Franco. A associação defende a redesignação do parque para excluir as áreas produtivas, que foram abrangidas pela área do parque quando foi criado por meio do Decreto nº 1.796, de 4 de novembro de 1997, pelo então governador Dante de Oliveira (PSDB), já falecido.
 
As 127 famílias são responsáveis por cerca de 40% ou R$ 146,421 milhões do Produto Interno Bruto (PIB) de Vila Bela da Santíssima Trindade, que em 2014 foi de R$ 366,054 milhões, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao todo, são cerca de 1,5 mil pessoas que moram na região e cerca de 4,5 mil pessoas que dependem dos trabalhos gerados pela agricultura e pecuária na região.
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