Olhar Agro & Negócios

Quarta-feira, 24 de abril de 2024

Notícias | Economia

Impacto na economia

Mato Grosso perde R$ 4,26 bilhões com mortes e invalidez causadas por acidentes de trânsito

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Mato Grosso perde R$ 4,26 bilhões com mortes e invalidez causadas por acidentes de trânsito
Os quase 10 mil acidentes de trânsito registrados pela Polícia Militar (PM) ao longo de 2016, provocaram um impacto econômico de R$ 4,26 bilhões ou 4,13% no Produto Interno Bruto (PIB) de Mato Grosso. O número representa a perda da capacidade produtiva causada pelas 917 mortes e 640 casos de invalidez permanente contabilizados no último ano. Em outras palavras, o montante que seria gerado pelo trabalho das vítimas, de acordo com cálculo do Centro de Pesquisa e Economia do Seguro (CPES), da Escola Nacional de Seguros.

Leia mais:
Mais da metade das famílias cuiabanas está endividada e 18% não têm condições de pagar

Embora tenha havido redução de 19% na perda do PIB do estado, entre 2015 e 2016, a taxa ainda é a maior de toda a Região Centro-Oeste e está acima da média regional (3,57%). No ano anterior, a perda no PIB foi de R$ 5,25 bilhões. O fator que mede a perda da capacidade produtiva é chamado de Valor Estatístico da Vida (VEV), ou seja, o quanto cada brasileiro deixa de produzir anualmente em caso de morte ou invalidez.

Segundo o diretor do CPES, Claudio Contador, a redução do número de vítimas de acidentes graves está ligada a dois fatores básicos: o aumento da fiscalização (Lei Seca) em alguns estados e a crise econômica, que reduziu as vendas de automóveis e tirou muitos veículos de circulação no país. "A violência no trânsito caiu de forma considerável, o que é um fato alentador. Ainda assim, o número de vítimas remete a um quadro de guerra. E a grande maioria concentra-se na faixa etária de 18 a 64 anos. Ou seja, pertence a um grupo em plena produção de riquezas para a sociedade."

O Centro-Oeste sofreu a maior perda em comparação com o Produto Interno Bruto: o impacto da violência no trânsito consumiu 3,6% do PIB regional, seguido das regiões Nordeste (2,8%) e Sul (2,6%). O Estado de Goiás, por exemplo, registrou 1.559 mortes em acidentes e 1.622 casos de invalidez permanente, o que representou impacto de R$ 6,8 bilhões (4% do PIB).

No Brasil

São Paulo, Minas Gerais e Paraná lideram as estatísticas de perdas decorrentes dos acidentes de trânsito. Segundo o estudo do CPES, o impacto econômico nesses estados foi de R$ 24,7 bilhões, R$ 15,7 bilhões e R$ 11 bilhões, respectivamente. Em São Paulo, morreram 5.248 pessoas em acidentes no ano passado – quase o dobro de toda a Região Norte. O Rio de Janeiro registrou perdas de R$ 10,2 bilhões, com 2.199 mortes no trânsito. Já o Nordeste lidera em número de acidentes com invalidez permanente: 11.086, sendo 4.094 no Ceará e 1.609 em Pernambuco.

"Quando uma pessoa morre num acidente, ela deixa de produzir riquezas para seu país. Se fica inválida, deixa de produzir e também impacta a economia de sua família, porque fica dependente de cuidados e tem despesas adicionais. É disso que a nossa pesquisa trata", explica Claudio Contador.

De acordo com a economista Natalia Oliveira, coautora do estudo, a queda no número de acidentes de trânsito, principalmente com vítimas fatais, representa um grande avanço.  "Essa redução é consequência, entre outros fatores, de uma resolução das Nações Unidas que estipula uma meta audaciosa: diminuir em 50% o número de vítimas no trânsito até 2020. Para atender essa resolução, o Brasil criou o Plano Nacional de Redução de Acidentes e Segurança Viária para a década 2011- 2020", diz.  

 O Plano é composto de ações de fiscalização, educação, saúde, infraestrutura viária e segurança veicular, que visam contribuir para a redução das taxas de mortalidade e lesões por acidentes de trânsito. "Essas medidas são bem eficazes quando percebemos um retorno tão significante, não só nas vidas que poupamos, mas também no que deixamos de perder no PIB", conclui Natalia. 
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet