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Sábado, 20 de abril de 2024

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Auditor critica negociações entre Grupo Scheffer e acionistas mas balanço é aprovado

Foto: Arquivo Grupo Scheffer

Fazenda São Miguel, no município de Sapezal

Fazenda São Miguel, no município de Sapezal

O balanço patrimonial do Grupo Scheffer, publicado no Diário Oficial de Mato Grosso em agosto deste ano, foi aprovado com ênfase pelo contador Rafael Henrique Klug, da KMPG Auditores Independentes. Klug chamou a atenção pelo fato de o grupo ter realizado negociações com partes relacionadas, o que pode alterar o resultado final da companhia.

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As negociações com partes relacionadas são transferências de valores econômicas que ocorrem entre membros do mesmo grupo empresarial, normalmente com empresas controladoras e controladas. Mas também pode existir tratativas entre o grupo e algum acionista.

Em 2016, o Grupo Scheffer acumulou um passivo de R$ 31 milhões do Condomínio Elizeu Zumar Maggi Scheffer Ltda. – um conjunto de fazendas em Mato Grosso. O valor é referente a operações mútuas entre a Agropecuária Scheffer e o Condomínio Elizeu Scheffer, dívida que foi quitada no início de 2017.

Também no ano passado o grupo tinha cerca de R$ 5 milhões a receber do Condomínio Elizeu Scheffer. O dinheiro diz respeito a uma parceria entre o grupo e as fazendas durante a safra 2014/15. A dívida foi paga no início de 2016.

Um dos principais problemas deste tipo de movimentação financeira é que o resultado final das demonstrações financeiras pode ser alterado, normalmente lucro pode menor já que o dinheiro é drenado para as contas dos proprietários da companhia.

 “Chamamos atenção para o fato de que o Grupo possui transações significativas com partes relacionadas. Estas transações poderiam determinar resultados financeiros diferentes para o Grupo, se realizadas com partes não relacionadas.”, afirmou.

Apesar da garantia de menor perda, as transações entre partes relacionadas podem trazer prejuízos às companhias. Um dos problemas decorrentes desse tipo de negociação é que o lucro pode eventualmente ser maquiado, resultando em uma incidência de imposto menor.

“O resultado, o resultado abrangente, as mutações do patrimônio líquido, os fluxos de caixa e a situação patrimonial e financeira do Grupo poderiam ser diferentes caso estas transações tivessem sido realizadas com terceiros. Portanto, as demonstrações financeiras acima referidas devem ser lidas neste contexto. Nossa opinião não está ressalvada em função desse assunto.”, concluiu o auditor.

Desempenho em 2016

O lucro líquido em 2016 da companhia foi de R$ 40.451, valor 19% menor do que em 2015, quando o grupo apurou R$ 50.527. Os números demonstram que a rentabilidade das empresas Scheffer teve um resultado menos positivo. O Retorno Sobre o Patrimônio Líquido (ROE), indicador que apresenta o quanto os acionistas recebem do lucro da empresa, foi de 15%. Um valor próximo dos 11%, considerado pouco positivo pelos investidores.

O Grupo Scheffer é resultado de uma dissidência no Grupo Bom Futuro. Um dos irmãos que controlavam a holding, Elizeu Scheffer (homônimo do pai), deixou as empresas para fundar um novo grupo em 2009. 
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