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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Não tem ninguém mais ambientalista e indigenista que o produtor rural, diz Leitão em Prêmio CNA; veja vídeos

Foto: Assessoria

Não tem ninguém mais ambientalista e indigenista que o produtor rural, diz Leitão em Prêmio CNA; veja vídeos
O principal líder da bancada ruralista no Brasil em 2017 não tem sequer um hectare plantado. Nilson Leitão (PSDB) recebeu na noite de segunda-feira (11) em Brasília o prêmio de destaque político do CNA Agro 2017 pela defesa do setor produtivo no Congresso Nacional no último ano, no qual presidiu a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Em entrevista concedida horas antes do evento, em seu gabinete, o tucano comemorou o reconhecimento. "Não é fácil também defender o setor, mas foi muito bom e com um gosto diferente até porque eu não sou produtor. Para ser presidente da Frente Parlamentar [da Agropecuária] eu tenho que ser parlamentar, eu não preciso ser produtor rural", brincou.

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Leitão centraliza seu discurso de defesa do produtor rural na necessidade de quebrar preconceitos e fazer parcela da sociedade enxergar que o setor produtivo não é vilão. Na ótica de Leitão, quem produz alimentos no Brasil ainda sofre com o debate ideológico. "Não tem ninguém mais indigenista do que o produtor rural, porque ele é vizinho do índio, ele é o vizinho. Não tem ninguém mais ambientalista do que o produtor rural, porque ele tem que preservar a nascente, a mata, o solo e é ele quem produz. Não tem nada melhor para o Brasil do que quebrar esse prenconceito e a ideologia. O Brasil vai avançar, mas com todos unidos com o mesmo objetivo, da renda, da riqueza, para todos. Isso é justiça social", discursou. 

Para o parlamentar,  um dos maiores desafios do sertor produtivo ainda está nas legislações. Um dos motivos de ele ter sido escolhido para o prêmio foi sua atuação em prol da reforma trabalhista. Também ganhou destaque pelo fato de ter encabeçado o espinhoso debate para modificar a atual lei de demarcação de terras indígenas. "Isso quer dizer que nós somos contra os indígenas? Não, nós somos favoiráveis. Nós somos contra aqules que usam os índios para criar conflitos, criando uma marca horrível no Brasil dos últimos 20 anos, do 'nós contra eles'. Não existe um nós contra eles, existe um Brasil só". 

As demandas levantadas pela FPA sob o comando de Leitão foram pela desburocratização do setor, para facilitar a vida do produtor rural. A Frente é formada por mais de 200 deputados, com os quais Leitão fez questão de dividir a homenagem. "Eu sou o presidente da FPA e acabo recebendo o prêmio, mas o prêmio é de todos".

Quando assumiu a FPA, Leitão teve como desafio reaproximar a frente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), um distanciamento que, segundo ele, começou com a aproximação da senadora Kátia Abreu (sem partido) - ex-presidente da CNA - com o governo PT, do qual ela acabou ministra da Agricultura Pecuária e Abastecimento. "Mesmo antes de ela ir para o Ministério da Agricultura ela começou a fazer uma defesa do governo do PT em detrimento das demandas do setor, então o setor já não via mais ela como representante", relembra. 

"Aí já no mandato do Marcos Montes, que me antecedeu, começou a ter uma proximidade, mas eu acho que com a minha posse, eu fiz uma proximidade mais forte com eles com o segunte princípio: não adianta nós defendermos o setor e você como presidente da maior entidade do setor, que é a CNA, não andar conosco, e passamos a ter uma relação muito amistosa, muito firme e depois com o impeachment a nossa pauta da Frente para o presidente Temer foi mto ouvida e junto com a CNA, então nós nos abraçamos nessa situação e a Frente acabou ajudando muito o setor a evoluir", conclui. 

O presidente da CNA, João Martins da Silva Júnior, afirmou que o grupo de homenageados do qual Letão faz parte é constituído de "pessoas que realmente contribuem para a formação e contribuem para o engrandecimento desse país". Outro homenageado da noite foi o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira (PTB), pela condução dos trabalhos durante as negociações para a aprovação da reforma trabalhista. "Soluções do século 18 e do século 19 não resolvem os problemas do século 21, por isso é importante um evento como esse, para que possamos quebrar paradigmas", discursou. "Nos momentos de grande crise do Brasil, o agronegócio segurou a geração de empregos", completou

O prêmio

O Prêmio CNA Agro Brasil 2017 foi criado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, em 2016, para homenagear anualmente profissionais, personalidades ou instituições que tenham contribuído para o desenvolvimento da agropecuária brasileira. Ano passado, homenageou o senador Ronaldo Caiado (DEM). 

O Código Florestal é uma grande conquista do setor que contou com total apoio da Frente Parlamentar da Agropecuária presidida por Leitão. Em maio deste ano, o deputado solicitou audiência pública para debater os cinco anos da nova legislação, suas conquistas e entraves.  Nilson Leitão também, como relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Funai e Incra, apresentou documento contendo inúmeros casos de fraudes e irregularidades, principalmente no processo de demarcação de terras indígenas e quilombolas. 

Por dois anos, a CPI investigou o trabalho realizado pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Mais de 60 pessoas envolvidas foram indiciadas pelo relatório enviado à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal. O documento identificou o uso de laudos fraudulentos para embasar a demarcação de terras em locais que não seriam de ocupação tradicional.

Em um dos principais projetos do setor agropecuário para este ano, as dívidas contraídas pelos produtores rurais no Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural) e a discussão jurídica sobre sua constitucionalidade, Nilson Leitão trabalhou de forma sistêmica e constante junto ao Executivo e Judiciário para garantir alternativas ao setor.

Com a perda da validade da MP, em 28 de novembro deste ano, o deputado protocolou projeto de lei de sua autoria que substituiu a medida provisória e continuou a garantir condições aos produtores rurais, como parcelamentos, reduções de taxas e descontos de multas, para a quitação gradativa da dívida, no sentido de assegurar a sustentabilidade do setor produtivo brasileiro.

Ainda dentro dos destaques de 2017, Nilson Leitão trabalhou para a aprovação das medidas provisórias que trataram da regularização fundiária rural e urbana, da liquidação de créditos concedidos aos assentados da reforma agrária e sobre a regularização fundiária da Amazônia Legal, a fim de garantir o direito de propriedade urbano e rural para milhões de brasileiros.

Na mesma linha, atuou na Medida Provisória nº 756/16, para garantir que os limites do Parque Nacional do Rio Novo, da Floresta Nacional do Jamanxim e da criação da Área de Proteção Ambiental do Jamanxim não afetassem economicamente cidades da região, como Novo Progresso, a partir da ampliação da área.
 
 
 
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