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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Após Retomada discreta

Chegada de Ibis e Slaviero preocupa setor hoteleiro em Cuiabá e hospedagem deve cair 14%; entenda

Foto: Reprodução/Divulgação

Chegada de Ibis e Slaviero preocupa setor hoteleiro em Cuiabá e hospedagem deve cair 14%; entenda
O discreto crescimento de 4% na ocupação de leitos de hotéis, registrado em 2017, foi ofuscado pela preocupação do setor com a inauguração de três empreendimentos de grande porte, previstas para 2018 e 2019 em Cuiabá. Equacionando, excesso de oferta, falta de demanda e problemas como os altos preços das passagens para a Capital e escassez de eventos, o cenário que se delimita como “assustador”. Assim, com as novas entradas, que correspondem a 543 quartos, os hotéis voltariam a amargar baixas nas hospedagem, mesmo com crescimento de 7% esperado para este ano. A expectativa de queda é de 14% entre este e o próximo ano. 

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Assim, para o período a Associação Brasileira de Indústrias de Hotéis de Mato Grosso (ABIH-MT), prevê média de ocupação de apenas 44,48% entre os 3312 leitos dos estabelecimentos espalhados pela cidade. A estes serão somados os quartos das bandeiras Slavieiro, próximo ao Círculo Militar, Ibis, em frente ao Shopping Estação e Mercure ou Blue Tree, ainda a serem definidas.

A ocupação média anual de 55,12% registrada no ano é então 4% maior que em 2016. A porcentagem acompanha também uma leve melhora na média diária, que saiu de 202,00 para 207,00 entre os dois anos. Isso porque os hotéis vêm adotando estratégias, alguns diminuindo preço e outros aumentando, demonstrando ainda uma indecisão muito latente no mercado.  

“O Slavieiro do círculo militar já está pronto e os outros dois estão em construção. Então esse ano será possivelmente bom, considerando certa melhora econômica e a entrada de um hotel. Em 2019, contudo serão três empreendimentos de grande porte e a previsão de uma nova crise. Se não houver melhora na economia e nas condições de se chegar a Cuiabá, o cenário fica um bocado assustador”, explicou o presidente da ABIH-MT, Bruno Delcaro em coletiva concedida nesta sexta-feira (19).

O presidente da ABIH-MT, Bruno Delcaro e a diretora de operações, Vânia Misura. 
De acordo com ele, a única maneira de o setor absorver a oferta é aumentando a demanda. Para isso, além de uma melhora nos preços das passagens, a cidade também precisaria se estabelecer como um polo de eventos. “Esses recursos são captados com dois ou três anos de antecedência, então grandes mudanças não serão feitas até o ano que vem. Já temos o problema. O que pode ser feito é trabalhar o destino Cuiabá como destino de lazer. A passagem pra cá é muito cara e perdemos voos diretos.”

Embora não se tenha um cálculo dos prejuízos, Bruno reforça que, com menos gente vindo pra cá, perdem os hotéis, a cadeia hoteleira e o município. “Significa menos gente em hotel, menos ISS recolhido. Precisamos que olhem para o aeroporto, que encontrem uma maneira de baixar o valor da passagem. O Estado tem que trabalhar o turismo de lazer como algo potencialmente enriquecedor, como é o agronegócio. As atenções devem ser distribuídas, porque essa é uma imensa fonte de renda.”

Por que os turistas não ficam na Capital?

A diretora de operações, Vânia Misura, destaca que os turistas que seguem para destinos como Chapada dos Guimarães, Pantanal e Nobres, precisam sentir vontade de ficar também por aqui. “Muita gente passa, mas não fica uma noite sequer. É importante considerar que a Capital que produz tanto turismo quanto negócio.”
Centro de Cuiabá - Rogério Florentino 
O secretário adjunto de Turismo Luiz Carlos Nigro, destaca que Mato Grosso foi muito “judiado” pela Copa. “Criou-se uma expectativa gigantesca, muitas obras de turismo não andaram e a imagem de Mato Grosso foi desgastada na área de congressos e eventos. O aeroporto era péssimo, pra chegar ao centro era muito difícil. Agora estamos retomando essas obras. Então agora com a casa quase arrumada, temos que trabalhar a reconstrução da nossa imagem.”

Para a missão, a aposta é triplicar as rodadas de negócios na Feira Internacional de Turismo (Fit), que contará com a vinda de mais jornalistas e conta com o apoio do Ministério do Turismo, da EMBRATUR.

De acordo com Nigro, serão investidos este ano mais de R$ 100 milhões em obras e infraestrutura, promoção e divulgação. “Hoje o turismo de negócio é um grande mercado para Cuiabá e Várzea Grande. Então, Como fazer as pessoas pararem em Cuiabá? Precisamos criar essas situações. Já temos o Bulixo, a Casa do artesão, a Orla do Porto, o Parque das Águas. A cara de Cuiabá mudou nos últimos anos. Por isso é importante trazer os operadores, porque agora precisamos do produto na vitrine nacional”, conclui.
 
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