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Quinta-feira, 28 de março de 2024

Notícias | Ecologia

​DANÇA DO CONGO

Nigro destaca o potencial ecológico, histórico e cultural de Vila Bela para o turismo

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Nigro destaca o potencial ecológico, histórico e cultural de Vila Bela para o turismo
A festa do Congo, fruto da vinda de escravos daquele país africano no XVII ao Brasil, foi celebrada em cores, danças e músicas nesta segunda-feira (22), em Vila Bela da Santíssima Trindade. A cidade, fundada em 1752, também foi a primeira capital de Mato Grosso e abriga a maior comunidade negra do Estado, que mantém viva a folclórica tradição religiosa de celebrar o santo negro, São Benedito, e a Santíssima Trindade. A estimativa dos organizadores é de que a cidade tenha recebido cerca de 2 mil turistas por conta do evento de hoje. 

Luís Carlos Nigro considera que a festa cumpre um importante papel não só histórico e cultural, mas também do ponto de vista social e econômico, uma vez que é uma tradição secular que remonta ao período do Brasil Império. “Além de ser um evento bonito, com muitas músicas, danças e cores vibrantes, a dança do Congo atrai milhares de turistas ao Município, gerando emprego e renda para a população. Exemplo disso é a taxa de ocupação dos hotéis em 100%, na cidade e nos municípios vizinhos. É um dinheiro que vem de fora e movimenta e economia”, analisou.

Maria Terezinha, mais conhecida na comunidade como Teka, é uma prova viva de que o turismo pode transformar vidas. Dona de uma padaria localizada diante das ruínas da catedral, conta que a maior parte da renda provém da produção artesanal da bebida típica dos escravos, o Kangingin. A bebida também é utilizada na dança do chorado, quando numa espécie de ritual, as esposas dos escravos dançavam com as garrafas equilibradas na cabeça e serviam seus Senhores com a bebida afrodisíaca, feita a base de cachaça, cravo, canela e mel. “O Kangingin é o carro chefe daqui!”, ela assegura.   

Ex-secretário adjunto de Turismo de Mato Grosso, Nigro falou do compromisso para a construção da ‘Arena do Congódromo’. “Quando assumimos a Secretaria, fomos avaliar o projeto e nos deparamos com um material desatualizado e fora das Normas Regulamentadoras atuais , o projeto teve que ser adequado no quesito acessibilidade, rampas e sistema de segurança contra pânico e incêndio, projetos elétricos , etc . Resultado: tivemos de refazer o projeto”, afirmou.

De acordo com Nigro, o governador Pedro Taques determinou que a obra seja licitada e tocada com recursos do CIRA – Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos. “Sabemos do valor histórico e cultural que Vila Bela da Santíssima Trindade possui para Mato Grosso. Berço de nossa identidade, a cidade cumpriu papel importante quando a proposta da coroa portuguesa era avançar sobre terras espanholas, estabelecendo novos tratados comerciais e territoriais. Por isso, Vila Bela merece ser tratada com respeito e carinho”, pontuou.    

Festa do Congo

A festa celebra uma disputa onde o rei do Congo é representado pelo reinado, pelo secretário de guerra e pelo príncipe, Kangingim, que dá nome à famosa bebida afrodisíaca da comunidade. Esta, por sua vez, é representada pelo embaixador do rei de Bamba, país africano, e por seus soldados. A disputa tem início quando a filha do rei do Congo é pedida em casamento pelo embaixador do rei de Bamba. O rei do Congo entendeu o pedido como uma provocação, manda prender o embaixador e declara guerra. 

Os papéis são interpretados por moradores da comunidade, cuja tradição passa de geração em geração. A festa começou cedo, quando o exército vitorioso, com 12 dançantes, desfilou pelas principais ruas da cidade, desde às 5h, ao som de tambores, ganzá, viola de cocho e chocalho. O silêncio matinal também é quebrado com o toque do sino e o foguetório. O desfile segue noite adentro.
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