Mato Grosso possui 60 mil produtores de leite e produz cerca de 743 milhões de litros ao ano. Hoje, 70% da produção está nas mãos de produtores da agricultura familiar. Segundo especialistas, a expansão na produção só não ocorre, pois o leite ainda é visto por muitos como um produto de subsistência e não gerador de renda.
Em termos de ranking nacional Mato Grosso é o 9º colocado, segundo o gestor do programa Balde Cheio, desenvolvido pelo Sebrae-MT, Aureliano Pinheiro. “A produção de leite em Mato Grosso tem aumentado nos últimos 10 anos, bem como no país. Quando olhamos este cenário vemos que há muitos desafios para serem vencidos como a produtividade por hectare, produtividade por animal, investimentos e assistência técnica”.
Nesta quinta-feira (25) foi realizado em Cuiabá um ciclo de palestras sobre a pecuária leiteira durante o “II Encontro Mato-grossense da Cadeia Produtiva do Leite”, promovida pelo Sebrae-MT. Já nesta quinta-feira (26) o evento tem continuidade com um Dia de Campo na Fazenda Universitária da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
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Conforme o gestor do programa Balde Cheio, o encontro visa mostrar que o cenário da produção de leite em Mato Grosso é favorável. “Além disso, queremos mostrar que há muito para ser evoluído aqui. A expansão da produção só não ocorre porque a produção ainda é tradicionalista. O leite é visto como um produto de subsistência”.
Durante o encontro nesta quinta-feira (25) foram debatidos assuntos como “Tendências e Cenário para o Leite no Mundo e no Brasil”, “Produção e Renda com Sustentabilidade”, “A Experiência da Cadeia Produtiva do Leite em Quebec-Canadá”, “Melhoramento genético de bovinos da região tropical”, entre outros.
Case de sucesso
Há 4 anos Roseli Sofia e o marido estavam quase vendendo as 32 vacas leiteiras que tinham quando conheceram o programa Balde Cheio. Ao tomar conhecimento do programa o pouco que aprendia colocou em prática e nestes quatro anos saltou de uma produção de 40 litros de leite por dia para 500 litros de leite por dia. “A falta de tecnologia, informação e conhecimento impede o crescimento. Hoje, continuamos com 32 vacas em lactação. Acreditamos que ainda neste ano ultrapassaremos os 500 litros de leite produzidos por dia”, comenta a produtora do assentamento PA Veraneio, localizado em Colíder, que possui cerca de 500 famílias produtoras de leite.
Na opinião de Roseli Sofia o preço pago hoje ao produtor ainda é baixo. O litro do leite captado em julho, porém pago em agosto, ao produtor ficou em média R$ 0,849 em Mato Grosso, alta de 0,95% ante o valor pago pelo leite captado em junho e 6,6% superior aos R$ 0,709 o litro pagos o ano passado, conforme o Boletim Mensal do Leite, divulgado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
“Acho que se o leite tivesse mais qualidade o litro pago ao produtor mato-grossense poderia chegar a R$ 1”, comenta a produtora.
