Com o mercado de carne bovina plenamente aquecido há alguns meses, com a China e a Venezuela aumentando suas fatias de compras das indústrias de Mato Grosso, a liberação do governo da Malásia para a importação de carne das plantas frigoríficas da Marfrig, de Tangará da Serra (240 km de Cuiabá), e da Frialto, em Matupá (690 km capital), significa uma ampliação de horizontes sem precedentes.

“Recebemos a informação da habilitação na quinta-feira da semana passada. A partir de agora é buscar novos clientes naquele país para ampliar o mercado”, disse, ao Agro Olhar, uma fonte de um dos frigoríficos, sem citar um porcentual de crescimento que a Malásia poderá significar à sua indústria.

A Malásia ainda não figura como importante comprador do produto. No primeiro trimestre de 2014, Mato Grosso exportou 84 mil Toneladas Equivalente Carcaça (TEC) – crescimento de 51% frente a 2013. O principal destino foi a Rússia (16.1 mil TEC), seguido da Venezuela (14.6 mil TEC), Oriente Médio (13.5 mil TEC), China (11.9 mil TEC) e a União Europeia (6.8 mil TEC). Outros países com compras menores somaram 22 mil TEC.

Entre janeiro e março deste ano, os chineses aumentaram as compras em Mato Grosso em 99.5% frente a idêntico período 2013. A Venezuela também comprou mais que entre janeiro e março do ano passado, aumentando o volume em 33%.

Além dos mato-grossenses, traders da Malásia poderão comprar carne em mais seis indústrias brasileiras - Minerva, JBS e Marfrig em Rondônia; Minerva em Tocantins; Frigol no Pará; e uma planta da JBS no Mato Grosso do Sul.

A liberação para as negociações ocorreu após o Departamento de Serviços Veterinários da Malásia (DVS) vistoriar todas as unidades no Brasil. O Ministério da Agricultura pontuou que, com as habilitações, o número de frigoríficos brasileiros que podem embarcar carne bovina para a Malásia subiu para dez.