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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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CUSTO DE PRODUÇÃO

Apesar de bons preços no mercado futuro, alta do dólar preocupa na hora de fechar os insumos

Foto: Reprodução/Internet/Ilustração

Apesar de bons preços no mercado futuro, alta do dólar preocupa na hora de fechar os insumos
As constantes altas do dólar nos últimos dias começam a tirar o sono dos produtores mato-grossenses que planejam a safra 2015/2016. O custo total da produção da soja 2015/2016 está cerca de 17% superior ao da 2014/2015. Já os custos com insumos para a 2ª safra de milho 2015/2016 13,44% a mais que a temporada atual.

O dólar, por volta das 9h20 (horário de Mato Grosso) desta terça-feira (28), operava na casa dos R$ 3,352. A moeda norte-americana voltou a subir na semana passada chegando a R$ 3,364 nesta segunda-feira (27).

Levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), apresentado no Boletim Semanal da Soja, revela que o custo ponderado, até junho, para a safra R$ 2.882,94 por hectare para a safra 2015/2016, montante 17% superior ao da 2014/2015. As despesas com insumos somavam R$ 1.717,14 para a safra que se inicia em 15 de setembro.

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“As incertezas para a nova safra têm sido um dos fatores que cadenciam o ritmo da comercialização dos insumos neste ano. Apesar destes números nada agradáveis, os patamares de julho para as cotações tanto spot quanto futuro do grão no mercado interno têm gerado cenários positivos para a nova safra. A relação de troca do custo total tanto com o preço disponível quanto com a paridade para março-16, pela primeira vez nesta safra, apresenta-se, na média de julho, abaixo da relação do ano passado. Percebe-se que, apesar dos obstáculos para a lucratividade da próxima safra, as oportunidades atuais envolvendo a receita caracterizam-se como um grande momento para a safra 15/16”, destaca o Imea no Boletim da Soja.

O aumento do dólar impacta também na decisão para a próxima safra de milho 2015/2016, cujo plantio da 2ª safra começa em janeiro de 2016. De acordo com o Boletim Semanal do Milho, os custos ponderados com insumos para próxima temporada já estão na casa dos R$ 1.277,66 por hectare, 13,44% a mais que o atual ciclo. Em média os produtores deverão desembolsar R$ 2.445,44 por hectare na próxima safra de milho.

“O agricultor de Mato Grosso viu-se nas últimas semanas diante de um cenário emblemático. Com os preços futuros em patamares elevados, sentiu-se confortável para negociar parte da sua produção. No entanto, como ainda é muito cedo, grande parte dos produtores ainda não fechou seus custos, e com o dólar se valorizando frente ao real, as tensões aumentaram quanto aos custos da próxima safra. Com isso, a questão-chave para o produtor do Estado, assim como nas últimas safras, é saber o momento certo de vender seu milho, e como o preço é uma variável de difícil previsão, ir liquidando sua produção em partes se torna uma das estratégias mais seguras”, frisa o Imea.

Algodão

O algodão não está diferente da soja e do milho. Segundo o Imea, os custos variáveis para a próxima safra estão na casa dos R$ 7.100,80 por hectare, 12,3% superiores a safra 2014/2015. Se a safra 2015/2016 estivesse sendo semeada hoje os cotonicultores desembolsariam R$ 7.541,14 por hectare.

"Este valor, aliado à produtividade estimada de 103@/ha, resulta em um ponto de equilíbrio de R$ 68,94/@, também 12,3% acima do verificado na safra 14/15. Contudo, mesmo com esses elevados patamares nos custos, é possível se animar, mas com cautela. Desde o final de junho, quando atingiu R$ 72,55/@, a paridade para julho-16 não desceu dos R$ 70,00/@, mas sem fundamentos o suficiente para se concretizar que os patamares permanecerão nessa faixa por um tempo prolongado. Portanto, neste momento, fechamentos de custos para a safra 15/16 nos patamares atuais, somados a negociações de hedge de venda do algodão a ser produzido nesta mesma safra, podem trazer possibilidades de margens positivas, algo um tanto quanto raro nos últimos anos", pontua o Imea no Boletim Semanal do Algodão.
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