Olhar Agro & Negócios

Sexta-feira, 29 de março de 2024

Notícias | Agricultura

ALERTA VERMELHO

Após a Helicoverpa, bicudo do algodoeiro é nova ameaça no setor da cotonicultura; Confira cuidados

Foto: Assessoria Ampa

Após a Helicoverpa, bicudo do algodoeiro é nova ameaça no setor da cotonicultura; Confira cuidados
Presente nas lavouras de algodão há mais de 20 anos o bicudo do algodoeiro (Anthonomus grandis) é a mais nova ameaça da cotonicultura em Mato Grosso. De acordo com a Associação Mato-grossense dos Produtores de algodão (Ampa), o besouro está presente hoje em todas as regiões produtoras do Estado.

No Brasil o bicudo está presente nas lavouras de algodão desde meados da década de 1980, chegando a dizimar plantações nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste.

Leia também
Manejo e sementes são o que definirão as próximas safras de algodão
Cultivares de algodão lançadas pelo IMA trazem 2ª geração de tecnologia e prometem combate a lagartas

A nova praga foi um dos temas debatidos durante o Dia de Campo do Algodão, realizado no dia 21 de junho em Campo Verde. Na ocasião o pesquisador entomologista Miguel Soria e o assessor técnico regional Renato Tachinardi do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt) distribuiram aos produtores uma Nota Técnica que listava uma série de ações que os produtores devem realizar até o final da safra 2013/2014 e no período de entressafra a fim de evitar a propagação do besouro.

Uma das ações para impedir a propagação do bicudo do algodoeiro é a destruição imediata da soqueira, no máximo após sete dias do início da colheita. "Quando a gente fala em destruição de soqueira, não está se referindo apenas à eliminação do bicudo, mas também de lagartas-praga e de vetores de doenças. Se fizermos uma destruição de soqueira eficiente, teremos menos pressão de bicudos e de outras pragas na próxima safra", diz Tachinardi. A eliminação das plantas de algodão tiguera (nascidos involuntariamente) nas áreas cultivadas ou às margens de rodovias, entre outros locais é outra ação importante para evitar pragas e doenças.

“Em casos de alto nível de infestação, o bicudo pode inviabilizar a cotonicultura em uma determinada região, já que inúmeras aplicações (sequenciais) de inseticidas serão necessárias para manter a população elevada da praga a um nível incapaz de causar perdas econômicas à cultura, o que aumenta consideravelmente o custo de produção", salienta entomologista Miguel Soria.

Confira Nota Técnica divulgada pelo IMAmt com práticas e medidas de controle:

1- Em todos os talhões, no surgimento do primeiro capulho (cut out), realizar três aplicações sequenciais de inseticidas piretroides SC, EW ou Zeon, a intervalos de 4-5 dias. Caso essas aplicações não tenham sido realizadas no cut out, realizar da mesma maneira em lavouras em fase de maturação mais avançada;

2- Incluir inseticida piretroide SC, EW ou Zeon para o controle do bicudo na aplicação de desfolhantes, maturadores e/ou dessecantes;

3- Não utilizar dosagem menor ou maior do que a recomendada;

4- Não suspender o monitoramento da fase de cut out até a colheita, realizando o controle com inseticidas para o controle do bicudo por meio de piretroides SC, EW ou Zeon, se o nível de controle de até 5% de botões atacados e/ou com sinal de oviposição (incluindo a observação de adultos) for alcançado;

5- Continuar o monitoramento após aplicação de inseticida para o controle do bicudo de modo a verificar a eficiência do controle e a necessidade de uma nova aplicação, se o nível de controle de até 5% for atingido.

6- Além do monitoramento convencional (vistoriando plantas), realizar o monitoramento específico de botões no talhão (mínimo de 2,5 botões/ha) para cálculo do percentual de botões atacados e/ou com oviposição, considerando a observação de adultos;

7- Manter rigor de reentrada na área para monitoramento a cada três dias (pelo menos duas vezes por semana);

8- Estar alerta para rebrotes nas plantas e, caso necessário, considerar aplicação de inseticida para o controle do bicudo em qualquer condição da maturação, inclusive em pré-colheita.

9- Realizar colheita rápida e bem feita;

10- Destruir imediatamente a soqueira, seja mecânica ou quimicamente, no máximo após sete dias do início da colheita;

11- Cumprir e respeitar o vazio sanitário, no qual não é permitido o cultivo de algodoeiro;

12- Monitorar a rebrota de soqueira para nova aplicação de herbicida dessecante (sempre controlar se necessário);

13- Em caso de infestação por bicudo na ocasião da destruição mecânica e/ou química da soqueira, realizar a aplicação de inseticida previamente à operação de destruição mecânica e/ou juntamente com o herbicida dessecante;

14- Nunca permitir o desenvolvimento de plantas tigueras de algodoeiro ao redor da sede da fazenda, algodoeiras, carreadores e nas bordaduras de talhões, inclusive daqueles que interceptam rodovias;

15- Nunca permitir a multiplicação do bicudo nas lavouras de soja e milho ou em qualquer outra cultura (inclusive nas utilizadas como culturas de cobertura para o solo, como braquiárias, crotalária, sorgo forrageiro e milheto), para isso, eliminar plantas tigueras de algodoeiro nessas culturas assim que forem detectadas;

16- Verificar o aparecimento de rebrotas de soqueira e aparecimento de plantas tigueras em qualquer cultura cultivada sobre soqueira de algodão. Se encontradas, realizar a eliminação imediata das mesmas;

17- Destruir plantas tigueras de algodoeiro nas áreas cultivadas ou às margens de rodovias e carreadores, provenientes do derramamento de algodão em caroço pelo transporte inadequado (esta medida tem sido realizada sistematicamente pelo IMAmt a cada safra);

18- No transporte de algodão em caroço, cobrir completamente o fardo com lona, evitando-se a queda nas margens de estradas e rodovias, e disseminação de plantas involuntárias.

19- Medidas complementares:

- Incluir inseticida para a dessecação de milheto ou de outras culturas de cobertura se houver detecção da praga na área;

- Tratamento de esconderijos em algodoeiras com armadilhas;

- Cuidado fitossanitário com movimento/dispersão de bicudos de áreas vizinhas, como lavouras de milho ou soja com plantas tigueras/involuntárias, áreas recém-colhidas e vizinhos que manejam mal o bicudo.

20- Instalar armadilhas de monitoramento iscadas com feromônio grandlure 60 dias antes do início do plantio, nas adjacências/bordaduras dos talhões que serão cultivados com algodão, para determinação do número de bicudos capturados por armadilhas por semana (número BAS), definição de zona de infestação e do numero de aplicações no primeiro botão floral, bem como de outras ações de safra.
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet