O consumo de etanol hidratado – usado diretamente nos tanques dos automóveis – cresceu 34,9% em Mato Grosso, no mês de maio de 2015, frente a igual período de 2014, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Foram 58,3 milhões de litros, ante aos 39,8 mi comercializados em maio do ano passado.

Conforme o balanço da ANP, ao mesmo tempo em que houve registro de crescimento das vendas do combustível a partir da cana de açúcar, ocorreu retração nas vendas da gasolina. Em maio, os postos mato-grossenses venderam 44,9 milhões de litros do produto derivado do petróleo, uma queda de 24,5% em relação aos 59,5 mi consumidos em maio de 2014.

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O levantamento revela que os mato-grossenses estão trocando a gasolina pelo etanol. Enquanto que, em maio de 2014 o consumo de combustível fóssil foi maior em cerca de 20 milhões de litros, o mês de maio de 2015 registrou liderança nas vendas do biocombustível em quase 10 milhões de litros.

O aumento do preço da gasolina nas bombas é tido como fator principal nessa mudança de comportamento dos motoristas. Segundo a ANP, o preço médio em Cuiabá, por exemplo, é de R$ 3,26 por litro, enquanto que o valor médio do etanol hidratado é de R$ 1,95 – custo de cerca de 59,8% da gasolina. Conforme a indústria automobilística é mais vantajoso usar etanol quando o derivado da cana tem preço de até 70% do derivado de petróleo.

O crescimento do consumo de etanol hidratado também ocorreu em outros importantes estados produtores, como São Paulo, Paraná e Goiás. “Os ajustes na tributação do etanol em alguns estados, a elevação do preço da gasolina e a maior produção do renovável pela indústria estão garantindo bons resultados de sua venda no mercado nacional”, afirmou Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da União da Indústria de Cana de Açúcar (Unica).

Rodrigues apontou ainda que essa tendência de mercado traz ganhos ambientais, já que o etanol emite até 90% menos gases causadores do efeito estufa quando comparado à gasolina. “Além disso, o bom desempenho comercial do combustível renovável também deve diminuir a importação de combustíveis, de forma a garantir o suprimento doméstico neste ano”, completou.