Atualmente, a cafeicultura mato-grossense se baseia preponderantemente na produção de café arábica e conilon. Este último, dependendo do material genético, chega a produzir três vezes mais do que o tradicional, além de ser mais tolerante às temperaturas elevadas. No entanto, ainda não é tão popular no Estado. Na tentativa de mudar este cenário, o deputado estadual Silvano Amaral (PMDB) anunciou investimento de quase R$ 1 milhão para a plantação de café conilon, também conhecido como clonal, na região noroeste de Mato Grosso.

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Para que o plantio obtenha êxito, Amaral buscou recursos junto ao Governo estadual e recebeu resposta positiva do secretário de Estado de Agricultura e Regularização Fundiária (Sedraf), Suelme Fernandes, que sinalizou que os trâmites legais para os processos licitatórios para a compra de mudas devem acontecer em maio. 

Para tanto, haverá um investimento na ordem de R$ 500 mil de iniciativa de Silvano, através de emenda parlamentar, outros R$ 300 mil em emenda pela bancada, além de todo suporte técnico sob responsabilidade da Sedraf, totalizando quase R$ 1 milhão. Vale lembrar que, em setembro de 2015, o Governo já planejava investir cerca de R$ 5 milhões para plantação do grão em propriedades de pequenos produtores.

E no que diz respeito ao atual investimento, o deputado argumenta que vai melhorar a vida do homem do campo, por se tratar de um produto mais rentável. Pois, segundo consta, enquanto se colhe 70 sacas do café tradicional, com base em um hectare de terra (10 mil m²), o café clonal poderá render até 150 sacas, ou seja, mais que o dobro da matéria-prima em uma proporção igual de plantio.

Experiência em Colniza

O plantio de café clonal já foi testado em Colniza (a 760 km de Cuiabá). Na ocasião, foram viabilizadas mais de 90 mil mudas, que foram plantadas em uma chácara da região, como projeto-piloto. O município ainda conta com mais 1.200 mudas na unidade demonstrativa da Secretaria Municipal de Agricultura, que também serão doadas, em breve, e servirão de experimento aos produtores da região.

Com essa experiência, o município de Colniza pretende obter dois milhões de mudas, tendo em vista que cada pé produz até dez mudas, e assim pulverizar a região. Vale ressaltar que o café na região norte do estado é a segunda matéria-prima que mais gera renda, tendo em vista que o gado de corte lidera o ranking de maior produção.

Outros municípios beneficiados

A ideia, que começou em Colniza, agora se expande para cidades adjacentes, como Aripuanã, Cotriguaçu e Juruena. Ainda de acordo com Silvano, os municípios de Rondolândia, Juína, Nova Bandeirantes, Nova Monte Verde e Castanheira também serão contemplados.

Potencial

Café Conilon

O café conilon, por ser uma espécie mais rústica, possui algumas vantagens sobre o café tradicional, como maior resistência às doenças e pragas, maior tolerância à temperatura mais elevada – que é o caso de Mato Grosso, onde os termômetros chegam a registrar 47° C, e à deficiência hídrica.

Além disso, o conilon possui maior teor de cafeína e sólidos solúveis, características importantes para a indústria de café solúvel. Outra vantagem já destacada é a elevada produtividade.

A produtividade média do conilon pode variar conforme o nível de tecnologia adotado pelo agricultor. O custo de produção desse tipo de café, em algumas fases, supera o do café tradicional, observadas a aquisição de mudas clonais e as podas necessárias durante a condução da lavoura.