A presidente Dilma Rousseff afirmou, nesta terça-feira, durante pronunciamento em Lucas do Rio Verde (350 km de Cuiabá), no evento que abriu simbolicamente a colheita da safra de soja no país, que o Tribunal de Contas da União (TCE) julgará, nesta quarta-feira, a liberação da concessão da Ferrovia da Integração do Centro-Oeste (Fico).

Os ministros do TCU determinaram a paralisação no edital para conceder a construção da ferrovia à iniciativa privada, depois que uma auditoria encontrou deficiências nos levantamentos que fundamentam a elaboração do projeto executivo da Fico. A Valec, estatal responsável pela obra, não solicitou o bloqueio prévio das potenciais jazidas de areia, brita e sublastro a serem utilizadas na construção da ferrovia e já identificadas nos projetos básicos.

A falta de providências para o bloqueio das jazidas pode acarretar aumento dos custos dos materiais para obra, pois as áreas poderão ser repassadas a outros interessados. Uma vez identificadas jazidas circunvizinhas às obras, deve ser solicitado o bloqueio, de modo que seja garantida a disponibilidade futura desses materiais. Isso pode gerar economia pela desnecessidade de aquisição comercial desses insumos. A fiscalização identificou o problema no edital de licitação para contratação da empresa que fará os projetos executivos.

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A Fico tem investimentos previstos de R$ 6,4 bilhões e será executada em duas etapas. O trecho em questão, que tem início em Campinorte (GO) e término em Lucas do Rio Verde, será construído primeiro, a um custo estimado de R$ 4,1 bilhões e extensão de 901 quilômetros. A previsão de conclusão é para 2017.

Rousseff comentou ainda que possui duas fixações para melhoria de transportes no Brasil: ferrovia e hidrovia. “A logística de transporte no Brasil e principalmente em Mato Grosso tem necessariamente que passar pela integração de rodovia, ferrovia e hidrovia. Aqui está um dos eixos de sustentação de nosso país, que é o agronegócio, o alimento”.