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Sexta-feira, 29 de março de 2024

Notícias | Agricultura

Egípcios negociam alimentos no Brasil

Empresas brasileiras negociam com o representante de um grupo de companhias egípcias a venda de alimentos para o país árabe.

Presidente da Egy International Import & Export Commercial Agencies, Tareq Said Said teve reuniões com fornecedores de carne bovina, açúcar e frango na sede da Câmara de Comércio Árabe Brasileira nesta terça-feira (19), em São Paulo. Said e empresários que ele representa trabalham junto com o governo egípcio e estão em busca de fornecedores para atender a demanda do mercado local durante o Ramadã.

O mês sagrado dos muçulmanos começa no dia 18 de junho e se estende até 17 de julho. Neste período, os seguidores do islã fazem jejum do nascer ao pôr do sol, mas à noite é comum a realização de refeições coletivas. Said chegou ao Brasil no fim de abril para se reunir com companhias locais e importar alimentos. A Câmara Árabe localizou potenciais fornecedores. Destes, um deverá celebrar nos próximos dias a venda de dez contêineres de açúcar ao Egito.

Já as negociações para venda de carne bovina deverão ser mais prolongadas, pois os compradores do Egito estão dispostos a gastar menos do que o custo dos produtores brasileiros. Said ainda se reuniria com fornecedores de frango.

Magnabosco: empresa tem produto, mas preço precisa melhorar

Uma das empresas que participou da negociação foi a Frigosul, de Aparecida do Taboado, em Mato Grosso do Sul. O diretor comercial da empresa, Diego Magnabosco, afirmou que a empresa tem condições de atender a demanda dos compradores no prazo, desde que a proposta melhore.

“Nós temos carne e eles têm demanda, mas o preço que querem pagar é baixo”, afirmou Magnabosco. “Acredito que irão amadurecer a proposta, pois o preço está um pouco fora [do praticado pelo mercado]”, disse. Os representantes da Egy International estavam dispostos a pagar aproximadamente US$ 3,2 mil por tonelada, valor baixo para os produtores.

“O Brasil tem o melhor custo-benefício para produção de proteína, pois a nossa qualidade hoje está muito próxima da qualidade da carne australiana, por exemplo, porém com um custo menor. Se os árabes demandarem proteína, o produto com melhor custo é brasileiro”, disse Magnabosco. A Frigosul exporta 20% da sua produção de carne vermelha aos países árabes. Egito, Líbano, Palestina, Emirados Árabes e Argélia estão entre os principais clientes.

O gerente de Relações Governamentais da Câmara Árabe, Tamer Mansour, afirmou que os compradores precisam abastecer seu mercado para o mês sagrado e veem no Brasil uma oportunidade. “Eles precisam de produtos para o Ramadã para garantir o abastecimento e por causa do alto preço das commodities para o consumidor. Eles estão se empenhando em garantir o abastecimento e reduzir o preço e têm como foco carnes de frango, bovina e açúcar”, afirmou Mansour.

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