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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

Notícias | Agricultura

Em Chicago, mercado testa reação e inicia sessão desta 5ª feira com ligeiros ganhos

As principais posições do cereal exibiam ganhos entre 0,25 e 1,00 pontos, por volta das 8h10 (horário de Brasília). O vencimento setembro/15 era cotado a US$ 4,03 por bushel, depois de fechar o dia anterior a US$ 4,02 por bushel.

Mais uma vez, as cotações esboçam uma reação após as perdas registradas na sessão desta quarta-feira, entre 3,75 e 4,50 pontos. Além da alta do dólar, um importante componente na composição dos preços, que tem direcionado o andamento das negociações, os investidores também observam as previsões climáticas para o Meio-Oeste dos EUA.

Nesse momento, cerca de 55% das plantações estão em fase de espigamento, conforme último boletim de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). E, por enquanto, os últimos mapas climáticos apontam para chuvas e temperaturas acima da média no Corn Belt, no intervalo dos dias 27 a 31 de julho.

"Temos uma condição climática favorável para a cultura, com água no solo, temperaturas mais altas e o sol, no momento do pendoamento das plantas", explica o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes.

Contudo, a perspectiva ainda é mais otimista para o mercado do cereal, segundo alguns analistas. Isso porque, em outros lugares do mundo, como Austrália e França, enfrentam problemas climáticos. Ainda hoje, o USDA reporta novo relatório de vendas para exportação, importante indicador de demanda. Na semana anterior as vendas da safra velha ficaram em 331 mil toneladas do grão, já da safra 2015/16, o número ficou em 325,1 mil toneladas.

Confira como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Milho: Em Paranaguá, preços recuam 7,05% nesta 4ª feira e saca é negociada a R$ 27,70

No Porto de Paranaguá, a saca do milho para entrega em agosto/15 fechou a quarta-feira (22) a R$ 27,70, uma queda de 7,05%. Apesar da forte valorização observada no câmbio, os preços acompanharam a queda registrada no mercado internacional. A moeda norte-americana encerrou a sessão a R$ 3,22, com ganho de 1,65%. A alta foi a maior desde 26 de maio, quando o câmbio avançou 1,68%.

Conforme explicam os analistas, os compradores acabam oferecendo um valor mais baixo, mas os vendedores não realizam negociações. "A comercialização da nossa safrinha está bem adiantada e agora o produtor tem condição de espera e aguardar por melhores momentos de comercialização. Então, os vendedores acabam saindo do mercado e retornam depois", afirma o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.

No mercado interno, as cotações também recuaram, em Tangará da Serra (MT), a perda foi de 3,13%, com a saca do milho a R$ 15,50. Em Campo Novo do Parecis (MT), a queda foi de 6,67% e a saca do cereal a R$ 14,00. A perda mais expressiva foi registrada em São Gabriel do Oeste (MS), com 7,32% e a saca do milho a R$ 19,00. Nas demais praças pesquisadas o dia foi de estabilidade.

"De hoje até novembro somente o Brasil irá vender o milho no mercado internacional. Estou muito otimista com os mercados de exportação e estamos vendo o dólar reagir. O viés altista para o mercado de milho é mais forte do o baixista. E mesmo com a safra dos EUA, precisamos ressaltar que foi um começo dificultoso, temos uma redução na área semeada. Com isso, podemos ter boas oportunidades no milho, principalmente porque o produtor brasileiro já negociou boa parte da safrinha do cereal", acredita Ênio Fernandes, consultor em agronegócio.

Enquanto isso, em algumas localidades, como em Assis Chateaubriand (PR), as chuvas deram uma trégua e os produtores conseguiram dar continuidade à colheita do grão. Em todo o estado, pouco mais de 25% da área foi colhida até o momento, segundo o último boletim do Deral (Departamento de Economia Rural). Já no Mato Grosso, o percentual chega a 47%, de acordo com Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária).

Bolsa de Chicago

Na sessão desta quarta-feira (22), os futuros do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram em campo negativo. Durante as negociações, as cotações do cereal reduziram as quedas, mas fecharam o pregão com perdas entre 3,75 e 4,50 pontos. O vencimento setembro/15 era cotado a US$ 4,02 por bushel, depois de iniciar o dia a US$ 4,00 por bushel.

Desde a última sexta-feira (17), as principais posições da commodity acumulam perdas entre 4,03% e 4,29%. O contrato setembro/15 encerrou a semana anterior a US$ 4,20 por bushel. Nesse momento, o foco dos investidores se mantém no comportamento do clima no Meio-Oeste norte-americano e os impactos para as lavouras do cereal. De acordo com as últimas informações reportadas pelo NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país -, no intervalo dos dias 27 a 31 de julho, as chuvas deverão ficar abaixo da média para Ohio.

Contudo, a previsão mantém a chuva acima da média para o estado de Iowa. No mesmo período, as temperaturas também deverão ficar acima do normal. "Temos uma condição climática favorável para a cultura, com água no solo, temperaturas mais altas e o sol, no momento do pendoamento das plantas", explica o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes.

Em seu último boletim de acompanhamento de safras, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou que cerca de 55% das plantações estão em fase de espigamento. Já o índice de lavouras em boas ou excelentes condições ficou estável em 69% até o último domingo. Do mesmo modo, o percentual de lavouras em situação regular ficou em 22% e as plantações em condições ruins ou muito ruins ficaram em 9%.

Além disso, outro fator ressaltado pelo consultor para a queda nos preços em Chicago é o dólar mais fortalecido no mercado internacional. "Quando o dólar sobe, os produtos negociados nas bolsas americanas acabam perdendo a competitividade. Hoje, quase todas as commodities caíram, tivemos o barril do petróleo negociado perto dos US$ 50 na Bolsa de Nova York", completa Fernandes.

Apesar da queda, o consultor ainda acredita em um cenário mais otimista para a cultura. "Ao redor do mundo temos problemas climáticos na Austrália e França. Já no Hemisfério Norte, temos incerteza em relação ao trigo, o que se confirmado poderia puxar as cotações milho", ressalta.
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