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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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Empresas de máquinas buscam produtor direto no campo

O momento crítico que atravessa o setor de máquinas agrícolas, com quedas significativas nas vendas, exige uma nova postura das empresas. Antes, com o mercado aquecido, as marcas aguardavam os clientes invadirem as concessionárias. Hoje, com as vendas caindo mês a mês, as empresas optaram por colocar as equipes na rua e também apostam em eventos direto no campo.

“O setor está se remodelando. Vendedor sentado na mesa esperando não existe mais. Hoje é preciso ir atrás do cliente, mostrar a marca”, ressaltou o diretor comercial Brasil da New Holland, Alexandre Blasi, ainda na feira agropecuária Show Rural, primeira termômetro do setor.

Na semana passada, New Holland organizou um evento, com direito a show pirotécnico e efeitos especiais, para apresentar tratores, colheitadeiras, pulverizadores e outros implementos agrícolas em Ponta Grossa, nos Campos Gerais. “O produtor daqui tem o perfil de viajar para as feiras, mas quisemos prestigiá-lo”, diz o diretor de marketing da marca para a América Latina, Carlos D’arce.

A expectativa era receber mil visitantes, porém o público chegou a 500 produtores no centro agropecuário da cidade. Sinal de que, no momento, o setor – ainda que não se fale em crise – não anda bem das pernas.

A queda nas vendas neste primeiro bimestre chegou a quase 25% na comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), foram vendidas em 7.040 máquinas agrícolas em janeiro e fevereiro. É o pior começo de ano desde 2009.

Por conta deste cenário nebuloso, a estratégia das marcas tem sido vender o peixe direto ao produtor. No início do mês, a John Deere realizou um evento semelhante em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. Diante de centenas de produtores, a marca apresentou seus diferenciais nas diversas linhas oferecidas. O inusitado foi que as máquinas verdes e amarelas estava lado a lado com os da concorrência.

A estratégia agressiva das marcas confirma que 2015 será um ano difícil para o setor, que o mercado está mais competitivo e que não será fácil repetir os números de 2014, que não foi um ano bom em relação a 2013. A venda de máquinas agrícolas no Brasil em 2014 contabilizou 68,5 mil unidades, resultado 17,4% menor que no ano anterior, quando foram vendidas 83 mil.

Evento New Holland

Uma das novidades pra esse ano foi a apresentação de máquinas pela divisão Construction – como miniempilhadeiras e retroescavadeiras -, que, como o nome da linha sugere, são empregadas, sobretudo, na construção civil. Porém, também tem saída para a agricultura. Hoje, o campo representa 6% das vendas, mas a ideia é elevar o índice nos próximos cinco anos.

“Temos que nos reinventar nesse momento, pensar em projetos novos”, diz Marcos Rocha, gerente de produtos da divisão da New Holland.

Além da etapa em Ponta Grossa, a marca pretende realizar outras 14 ao longo do ano, em todo o Brasil, e reunir pelo menos 30 mil produtores. Ainda que o público compareça, a questão é saber quantos estão dispostos a negociar.
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