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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Governo e entidades debatem uso excessivo de agrotóxicos em Mato Grosso

Foto: Imagem ilustrativa

Governo e entidades debatem uso excessivo de agrotóxicos em Mato Grosso
Governo do Estado, Tribunal Regional do Trabalho (TRT/MT) e o Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso (MPT/MT) realizarão audiências públicas em diversos municípios-polo de produção agrícola, para debater e esclarecer produtores rurais e população sobre riscos na utilização excessiva de agrotóxicos nas lavouras. Conforme a assessoria da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), o primeiro debate ocorrerá em Campo Verde (130 km de Cuiabá), no dia 3 de agosto.

A gestora da Sema, secretária Ana Luiza Peterlini, avalia que é preciso mostrar aos produtores rurais da região que eles são os principais afetados pelo alto índice de uso dos agrotóxicos, pois têm contato direito com os produtos a partir da inalação pelo ar, ingestão na água e nos alimentos ou mesmo contaminação por meio do solo. “O uso indiscriminado e a forma de usar são preocupantes, a maioria das pessoas não tem informação sobre os efeitos. Nosso objetivo principal é esclarecer.”

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Peterlini recebeu no gabinete, na segunda-feira (8), representantes de instituições parceiras para traçar um plano de ação referente ao assunto. Os representantes do TRT/MT, o presidente Edson Bueno, e a vice-presidente Maria Beatriz Theodoro Gomes, pontuaram que é preciso envolver toda a sociedade para discutir esse tema, inclusive pesquisadores do setor produtivo e das universidades de Mato Grosso, como Unemat e UFMT.

“Nesse momento não adianta acusar ninguém, é preciso trabalhar com conscientização”, disse Bueno. Já Maria Beatriz enfatizou o ‘despertar’ para o uso racional desse tipo de produto que é necessário sim, especialmente em um Estado que é grande produtor no país. “A ideia não é proibir, mas mostrar que o caminho é o desenvolvimento econômico sustentável, afinal, a saúde é prioridade para todos nós.”

O secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos, Márcio Dorileo, pontuou que é preciso a sociedade e principalmente os produtores rurais despertarem para uma visão mais crítica sobre os agrotóxicos. Se por um lado as empresas, muitas delas multinacionais, têm forte atuação no Estado, por outro, compete aos mato-grossenses olharem de maneira mais estratégica para possíveis eventos negativos nas lavouras.

“Será que precisamos mesmo usar esse produto? Não existe uma opção mais sustentável? Por que este produto que não é utilizado em outro país é liberado aqui no Brasil? Existem pesquisas que realmente comprovam que não faz mal à saúde humana? Ou seja, precisamos nos unir para formar uma massa mais crítica sobre essa questão”, pontuou.

Mato Grosso é campeão brasileiro na utilização de agrotóxicos. Dados do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) revelam que, em 2013, pelo menos 140 milhões de litros de herbicidas, inseticidas e fungicidas foram jogados nas lavouras. Isso equivalente ao consumo de 43 litros de veneno por pessoa no Estado.
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