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Sexta-feira, 29 de março de 2024

Notícias | Economia

JUROS: Mercado vê Selic estável e já mira 2015

Além da tantas vezes manifestada fé do Banco Central (BC) nos efeitos defasados e cumulativos do aperto de 3,75 pontos percentuais entre abril de 2013 e fevereiro deste ano, que levou o juro básico para 11% ao ano, a proximidade da definição do ocupante do Palácio do Planalto em 2015 - e suas óbvias implicações para a condução da política monetária - sugere que não há espaço para uma mudança de rota.

Aposta - Todos os 39 economistas ouvidos pelo Valor Data apostam em manutenção da Selic nesta semana. Desse elenco de profissionais, 36 descartam a possibilidade de alteração da taxa básica ainda neste ano. Um trabalha com corte, ao passo que dois veem alta.

Direções distintas - Praticamente alinhados sobre os passos do Copom em 2014, os economistas tomam direções distintas quando o tema é o rumo da Selic em 2015. Turvam o horizonte da política monetária no ano que vem uma lista extensa de incertezas: o nível de reajuste dos preços administrados, o grau de intervenção no câmbio, a magnitude do superávit primário e os impactos da fraqueza da atividade sobre a inflação. E o desenlace dessas questões depende, em grande parte, do resultado da eleição presidencial.

Alas - Os economistas se dividem, basicamente, entre duas alas: 17 trabalham com aperto monetário em 2015, ao passo que 12 veem Selic congelada em 11% até o fim do ano que vem. Entre os 10 restantes, quatro não têm previsão; três apostam em redução; dois veem queda ou estabilidade; e apenas um, o economista-chefe da LCA Consultores, Bráulio Borges, acredita em manutenção ou alta da taxa básica no ano que vem.

Dólar - Para Borges, se o dólar caminhar para perto de R$ 2,50 até o fim deste ano, o Copom começa a apertar a política monetária já no início de 2015, levando a taxa básica até 12%. "Caso a depreciação do real seja mais moderada, para perto de 2,35, a Selic deverá ficar estável nos 11% atuais", afirma.

Presidência da República - E o nível da taxa de câmbio depende, segundo Borges, em parte de quem será o presidente da República e da equipe de economistas que o acompanhará. Sinalizações sobre a política econômica, ressalta o economista-chefe da LCA, "poderão ter impacto relevante sobre a aversão ao risco e, consequentemente, sobre a cotação cambial, gerando cenários bem distintos para a política monetária".

Mudança radical - Para Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, o desenlace da eleição presidencial "muda radicalmente" a expectativa para a política monetária. "Com Dilma, permanece a ideia de maior preocupação com o crescimento do que com a inflação, o que é uma falsa questão. Provavelmente, a Selic terminaria 2015 a 9,75%", diz Vale.

Combate à inflação - Caso Marina Silva (PSB) seja eleita e leve ao Palácio do Planalto o grupo de economistas que a acompanha hoje, o BC, livre de "ingerência política", deve dar prioridade ao combate à inflação e pode elevar a Selic. "Isso é muito mais importante para o crescimento de longo prazo", diz Vale.
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