Empossado há cerca de uma semana na Secretaria de Políticas Agrícolas, no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Seneri Paludo já enfrenta um de seus maiores desafios no novo cargo: o de finalizar o Plano Agrícola e Pecuário 2014/2015 em cerca de 30 dias.
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Nascido em Bauru (SP), Seneri Kernbeis Paludo, é um dos destaques do agronegócio mato-grossense. Em Mato Grosso Seneri Paludo foi superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), entre 2008 e 2010, e diretor-executivo da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), onde permaneceu até o dia 14 deste mês.
Ele ainda foi Secretário Executivo do Fórum das Entidades do Setor Produtivo do Centro-Oeste (indústria, agricultura e comércio); membro da Câmara Setorial da Cadeia de Soja do Ministério da Agricultura; membro do Conselho de Desenvolvimento Agropecuário do Estado de Mato Grosso e conselheiro do Sebrae-MT. Além disso, constantemente é convidado para participar de fóruns nacionais e internacionais como palestrante, como o Outlook BM&F, Fórum Outlook USDA e a Conferência de Óleos Vegetais da Bolsa Dalian Commodity Exchange (DCE).
Em entrevista ao
Agro Olhar, Seneri Paludo comenta sobre os desafios que o setor agropecuário possui pela frente e o que deve ser um dos principais pontos do novo Plano Safra 2014/2015.
Agro Olhar: O que o levou a aceitar o cargo de secretário de Políticas Agrícolas?
Seneri Paludo: Aceitar o cargo é um desafio, pois posso através da Política Agrícola contribuir com o Brasil inteiro. Eu me sinto extremamente confortável em relação aos temas e sei que posso contar com uma equipe bastante competente. Me sinto tranquilo e sereno para aceitar esse cargo.
Agro Olhar: Na Famato você estava mais próximo dos problemas enfrentados por
Mato Grosso e agora na SPA do Brasil. Em sua opinião o que primeiro merece, em termos de Brasil, uma maior atenção de sua pasta? Quais sãos suas metas na secretária?
Seneri Paludo: Um das prioridades será um Plano Agrícola e Pecuário mais forte ainda. Estamos na reta final da construção do Plano e temos aproximadamente mais 30 dias para terminar o processo. Estamos em um momento de consolidação da agricultura, de uma agricultura mais sustentável e sem dúvida nenhuma esse Plano Agrícola e Pecuário vai ser consolidado e trazer grandes avanços, não só do ponto de vista de crédito e financiamentos, mas também de novos projetos especiais.
Agro Olhar: O ano de 2014 é um ano praticamente “morto” para a sociedade. Tivemos um grande feriado que foi o Carnaval e agora a Páscoa. Em junho/julho temos a Copa do Mundo e em outubro eleições. Um ano como este prejudica o setor produtivo? Quais as maiores dificuldades que vemos com um ano atípico?
Seneri Paulo: Apesar de ser um ano curto, o setor produtivo continua trabalhando muito. O clima e a agricultura não conhecem feriados e finais de semana. Todavia, o ano é bom para planejar.
Agro Olhar: A política de preço mínimo é um ponto muito questionado pelos produtores ao Mapa, tendo-se em vista que o valor não chega a cobrir os custos de produção, que nesta safra 2013/2014 subiram. Você acha que há a possibilidade de se chegar a meio termo, ou seja, um preço compatível aos “desejados” pelos produtores? Em quanto tempo?
Seneri Paludo: Esse é um dos principais pontos do novo Plano Safra e sem dúvida nenhuma, vamos trabalhar forte para ter avanços. Entretanto, existem outros instrumentos para garantir a renda no campo e esse é o nosso objetivo final.
Agro Olhar: Hoje, como está a questão do armazenamento no Brasil? E em Mato Grosso? Há previsões de ampliação da capacidade de armazenagem?
Seneri Paludo: O Plano Agrícola e Pecuário 2013/2014 gerou ampliação de armazenagem. Para os produtores, cooperativas e cerealistas foram destinados R$ 25 bilhões para a construção de novos armazéns privados no país nos próximos cinco anos – sendo R$ 5 bilhões na temporada 2013/14. O prazo será de até 15 anos para pagamento. O PAP gerou também recursos para a construção de silos e armazéns públicos: R$ 500 milhões foram disponibilizados para dobrar a capacidade de armazenagem da Conab, R$ 350 milhões para a construção de novos armazéns e R$ 150 milhões para a modernização de armazéns existentes. O novo Plano será estruturado para ampliar o apoio a uma cadeia de negócios responsável por inserir o Brasil entre os maiores produtores de alimentos do mundo. Sei que o resultado dessa ação não é imediata, mas colherá bons frutos daqui a duas ou três safras.
