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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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3 ANOS CRÍTICOS

MT pode viver crise da safra 2004/2005 em novo ciclo; Plantio está parado

Foto: Reprodução/Internet e Viviane Petroli/Agro Olhar (planta)

MT pode viver crise da safra 2004/2005 em novo ciclo; Plantio está parado
Mato Grosso poderá viver na safra 2014/2015, que começou há exatos 30 dias, a mesma situação vivida na safra 2004/2005. A falta de chuvas levou os produtores a paralisarem o plantio da oleaginosa há cerca de uma semana e acredita-se que diante deste cenário climático somado a preços baixos e elevado custo de produção uma crise no setor produtivo, que pode chegar até 3 anos, deverá ser vista. O setor produtivo já prevê para a safra 2015/2016 de soja um “freio” na hora de plantar.

Até o dia 9 de outubro Mato Grosso havia semeado 8,4% dos 8,8 milhões de hectares destinados a safra 2014/2015 de soja e de acordo com a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) e o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), os produtores desligaram as máquinas e aguardam a retomada das chuvas. No Estado não chove de fato há mais de 10 dias.

"O que plantou hoje já está comprometido. A janela ideal do plantio da soja está atrasada e trará consequências para o plantio do algodão e do milho", relata o presidente da Aprosoja-MT, Ricardo Tomczyk.

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As projeções de chuva apontadas pelos institutos de meteorologia, comenta Tomczyk, são de que as mesmas voltem a cair em Mato Grosso a partir do dia 25 de outubro.

De acordo com o superintendente do Imea, Otávio Celidonio, costumeiramente até o dia 20 de outubro já se tem uma definição da área destinada ao milho. O presidente da Aprosoja-MT salienta que a soja plantada após o dia 25 de outubro virá a ser colhida ao final de fevereiro. “Período este que encerra a janela ideal do milho de plantio”, diz Tomczyk.

Conforme dados do Imea, as 27,7 milhões de toneladas de soja previstas para a safra 2014/2015 equivalem a 30% da produção nacional e 9% da mundial.

O superintendente do Imea, Otávio Celidonio, comenta que já existem casos de replantio confirmados em municípios como Tangará da Serra e Campo Novo dos Parecis. O replantio deverá provocar um custo a mais para os produtores de aproximadamente R$ 250 por hectare entre sementes e alguns defensivos.


Crise


Segundo o setor produtivo, ainda não se sabe se haverá quebra de produção na safra da soja no Brasil, tendo-se em vista que estados como Paraná e Mato Grosso do Sul estão na mesma situação climática. O Mato Grosso do Sul, como o Agro Olhar já comentou, paralisou a semeadura da soja na semana passada para evitar mais prejuízos.

“Estamos vivendo um cenário parecido com o da safra 2004/2005 quanto a clima, preço e custo de produção, porém com alguns diferenciais. Ao longo destes 10 anos o produtor mato-grossense se capitalizou e se organizou. Ele está planejando mais”, afirma o presidente da Aprosoja-MT.                                                                         
                                                                                                      
Até o início de outubro Mato Grosso havia comercializado 16% apenas da safra 2014/2015 antecipadamente, contra as 41,4% da produção do ciclo 2013/2014 na mesma época. O mês de setembro encerrou a uma média de R$ 39,16 a saca de 60 quilos com entrega para março de 2015.

Tomczyk acrescenta que 2015 será um ano de aperto na conta do produtor e que isso influenciará nos demais setores da cadeia econômica de Mato Grosso. “Não sabemos quanto tempo este cenário deve durar, mas esperamos que seja a curto prazo, coisa de um ano, mas pode chegar a três anos. A demanda pela produção é quem ditará o que irá acontecer”.

Em alguns municípios em que a soja prevalece à situação pode ser critica, como é o caso de Sorriso detentor da maior área destinada à soja no Estado, um total de 580 mil hectares em meio aos 8,8 milhões desta safra. “Se perder R$ 5 por saca em Sorriso deixa-se de movimentar cerca de R$ 150 milhões na economia do município”, comenta o diretor administrativo da Aprosoja-MT, Nelson Piccoli.
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