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Sexta-feira, 29 de março de 2024

Notícias | Logística

Medida faz com que agricultura tenha abastecimento de água limitado

Uma medida para evitar o colapso do principal sistema de abastecimento de água da Grande São Paulo ameaça a produção agrícola no estado.

Os reservatórios continuam pedindo água. Por enquanto, as chuvas de verão, que inundam partes de São Paulo, não aliviam a situação crítica dos sistemas que abastecem a Região Metropolitana. O maior deles, o Cantareira, está com apenas 5,3% de sua capacidade.

Numa ação conjunta, os governos estadual e federal decidiram restringir a retirada de água dos rios que abastecem os reservatórios.

Na região de Atibaia, é onde está a maior bacia hidrográfica que abastece o Sistema Cantareira. É uma região tipicamente agrícola, onde se produz frutas, principalmente morango, flores e hortaliças. Para irrigar as plantações, a maior parte dos produtores tira água do Rio Atibaia e seus afluentes. Mas a partir de agora sempre que o Sistema Cantareira estiver abaixo de 5% de sua capacidade, os produtores vão ter que reduzir em 30% a água que eles retiram dos rios da região.

“Ou é o rio ou é a chuva. Vai ser difícil para eles”, conta Jorge Matsuda, presidente do sindicato de produtores rurais de Atibaia.

Cláudio é produtor de hortaliças e morango há 20 anos. Ele nos mostra que, com a falta de chuva, a safra de repolhos está prejudicada.

“Nós estamos sofrendo bastante. Não temos mais água para molhar. Molhamos uma vez por semana. Devido ao calor, precisaria molhar todo dia esse repolho”, comenta o agricultor Cláudio Donizete dos Santos.
Como a nova restrição ao uso de água do rio, ele diz que nem vai plantar morango agora e o que sair dali mais chegar mais caro à mesa do consumidor.

“Com certeza. Já está, hoje já está a preço de ouro no mercado”, diz o consumidor.

Ao todo, 38 municípios próximos à capital paulista e quatro do sul de Minas Gerais serão afetados. Ou seja, 4,5 milhões de pessoas e ainda 3 mil produtores rurais e industrias.

O secretário de agricultura explicou por que a decisão foi tomada.

“Por falta absoluta de disponibilidade hídrica. Uma restrição da natureza que faz com que o governo, para priorizar o abastecimento humano, tenha que ser cuidadoso com relação aos demais usos”, explica o secretário estadual de Agricultura de São Paulo, Arnaldo Jardim.

O Governo Federal incluiu no programa de aceleração do crescimento a obra do canal entre as represas de Atibainha e Jaguari , que vai levar água do Rio Paraíba do Sul para o Sistema Cantareira. O investimento é de R$ 830,5 milhões e faz parte dos projetos de segurança hídrica que o governador Geraldo Alckmin apresentou à presidente Dilma Rousseff em dezembro.
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