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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Ociosidade em frigoríficos gera 5 mil demissões em Mato Grosso nos últimos anos

Foto: Reprodução/Internet

Ociosidade em frigoríficos gera 5 mil demissões em Mato Grosso nos últimos anos
Nos últimos anos Mato Grosso registrou no setor frigorífico aproximadamente 5 mil demissões. A ociosidade e até mesmo a destinação de animais para abater fora do Estado são alguns dos motivos para a situação. Em 2014, cerca de 5,5 mil cabeças de gado mato-grossense foram abatidas, destas em torno de 500 mil foram para frigoríficos de outros Estados.

Mato Grosso possui hoje 37 frigoríficos com inscrição federal, além de plantas com inscrição estadual e municipal, segundo o Sindicato das Indústrias de Frigoríficos do Estado de Mato Grosso (Sindifrigo-MT). Em janeiro deste ano a utilização da capacidade industrial instalada em unidades com inscrição federal em Mato Grosso foi em média de 46,26%. O maior percentual foi na região Noroeste do Estado com 78,45%, enquanto o menor foi no Nordeste mato-grossense com 18,84%.

“O rebanho não cresceu como as indústrias. Algumas plantas chegam a ser paralisadas, porque não conseguem operar com a falta de animais. Não é algo recente. É algo que se alastra há alguns anos”, comenta o presidente do Sindifrigo, Luiz Freitas, ao Agro Olhar.

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Segundo Luiz Freitas, a ida de boi magro para terminação em outros Estados é outro ponto que auxilia para a situação vivida pela indústria frigorífica mato-grossense de abate de bovinos. “Isso deixa de agregar valores. O imposto menor auxilia para que o animal saia de Mato Grosso. Estamos, inclusive, conversando com o governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Fazendas (Sefaz) para tentar sensibilizar o Estado sobre a saída do boi magro. Estamos fazendo estudos, que incluem a redução dos impostos”.

Número de plantas leva a ociosidade, diz Acrimat

A ociosidade das plantas frigoríficas de bovinos em Mato Grosso, de acordo com a Associação dos Criadores de Mato Grosso, é decorrente ao número de unidades existentes no Estado. “O número de plantas é maior que a capacidade de abate”, declara o presidente da Acrimat José Bernardes.

O presidente da Acrimat pontua que a saída de boi magro de Mato Grosso para outros Estados não significa que necessariamente é para abate, mas pode ser para confinamento, também. “A Acrimat sempre defendeu a saída de boi em pé devido à logística, o que faz aumentar a concorrência e preço. Outro ponto, que nos faz vender o animal para outros Estados, é o desequilíbrio de preço em função do número de empresas em Mato Grosso. A falta de concorrência interna impede que haja competição de preço”, disse José Bernardes ao Agro Olhar.

Sefaz-MT estuda

Conforme a Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz-MT), em nota quanto a carga tributária esclarece que, "atualmente, a carne desossada em operações internas é isenta. Em operações interestaduais a carga tributária está adequada à realidade de mercado. Porém a Sefaz, por meio de sua equipe técnica, está analisando todo o setor de carne".

A Secretaria declara ainda que os preços definidos na pauta são corrigidos de acordo com as pesquisas de mercado e ressalta, também, que uma pesquisa encontra-se em andamento no órgão.

Ainda em nota a Sefaz, esclarece "Em relação ao combate a evasão de gado em pé, a Sefaz salienta que a alteração na tributação da saída interestadual de gado em pé exige um estudo mais aprofundado, pois não envolve somente os frigoríficos, mas também os pecuaristas. Inclusive o secretário de Fazenda, Paulo Brustolin, se reuniu com o sindicato que representa o setor dos frigoríficos no último dia 13 de fevereiro e está conduzindo estudo sobre o tema, que tem grande relevância para Mato Grosso".
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