A retração do dólar e a queda na Bolsa de Chicago estão provocando preocupação aos produtores de soja em Mato Grosso, além das condições climáticas. As variáveis no mercado externo estão, inclusive, afetando o mercado interno que em questão de três semanas apresentou recuo de 8,42% no preço da saca de 60 quilos de soja.

Mato Grosso até o dia 22 de janeiro colheu 7,67% dos 8,8 milhões de hectares destinados a oleaginosa nesta safra 2014/2015. Segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), cerca de 45,6% das 27,891 milhões de toneladas projetadas para este ciclo já foram comercializadas, enquanto nesta mesma época em 2014 55,2% da safra 2013/2014 estava vendida.

Leia mais:
Agroconsult estima alta de 11% produção de milho e 7% da soja em Mato Grosso
Estudo realizado em Sinop comprova mitigação de gases de efeito estufa pela ILPF

Entre os dias 09 e 23 janeiro a saca de 60 quilos no mercado interno caiu de R$ 54,33 para R$ 49,75, segundo o Imea. Em relação ao dia 16 de janeiro, quando a média semanal encerrou a R$ 51,39 queda de 3,19%.

“Além dos baixos volumes de chuvas que preocupam as condições produtivas da safra 14/15 da soja em Mato Grosso, outro fator que vem atraindo a atenção dos produtores são as variáveis externas que já contribuem para o recuo acentuado das cotações internas do grão neste mês. A retração do dólar, juntamente com a queda observada em Chicago, ambos, em apenas duas semanas, afetaram de forma drástica as cotações dos contratos a termo, travados entre os produtores e as trades, no Estado. As cotações do contrato a termo para mar/15 saíram de patamares próximos a R$ 50,00/sc para níveis próximos a R$ 42,00/sc na última semana, pouco remuneradores e que já afetam as vendas deste mês”, declarou o Imea em seu Boletim Semanal da Soja, divulgado na segunda-feira (26).

Conforme o Instituto, ainda não se tem um percentual concreto das vendas de janeiro, contudo nota-se "um pé no freio" na comercialização em comparação aos últimos meses, diante aos preços verificados. "Se este cenário não melhorar, as vendas realizadas neste ano podem apresentar preços que tornam a rentabilidade desta safra comprometida”, salienta em seu boletim.