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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Viabilidade

Produção de milho pode chegar a 34 milhões t em 10 anos e etanol é a saída

Foto: Reprodução / Ilustração

Produção de milho pode chegar a 34 milhões t em 10 anos e etanol é a saída
A produção de milho em Mato Grosso pode chegar a 34,9 milhões de toneladas em 10 anos e a única saída para o excedente é a transformação do cereal em etanol. Para a safra 2013/2014 as projeções são de 15,4 milhões de toneladas. Na safra passada a produção atingiu 22,5 milhões de toneladas, chegando parte desta produção a ficar estocada a céu aberto.

A viabilidade da produção de etanol de milho é um assunto discutido em Mato Grosso há cerca de três anos. Em 2013 foi realizado o 1º Fórum Brasileiro de Etanol de Milho, em Sorriso, com a participação de produtores, indústria e do atual ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Neri Geller, que na época ainda era secretário de Políticas Agrícolas.

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No início deste mês a viabilidade das usinas de etanol de milho voltou a ser discutida entre os produtores de milho no Estado na Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), diante do estudo “Oportunidades na cadeia de processamento de cereais para produção de proteínas e biocombustível – Uma avaliação das oportunidades do Centro-Oeste do Brasil”, realizado pela Céleres Consultoria a pedido da associação.

Na visão do diretor da Céleres, Ricardo Giannini não há empecilhos por parte da tecnologia para colocar a produção de etanol de milho em operação, mas é preciso trabalhar o acesso às linhas de financiamento para a construção ou ampliação das usinas, bem como o marco regulatório para a produção.

Em Mato Grosso há produção de etanol de milho em Campos de Júlio na Usimat Flex, a primeira usina flex do Brasil que produção etanol de cana-de-açúcar e milho. Há também uma usina em São José do Rio Claro.

Segundo o diretor da Céleres, até o momento o governo federal não sinalizou nenhuma linha diferenciada por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para usinas de etanol de milho. “Atualmente, a taxa de juros é alta, girando por volta de 10%, e é indexada em dólar”, diz ele. Já o marco regulatório hoje o que existem são regras para a produção de etanol apenas a base de cana-de-açúcar, sendo assim ainda existe uma incógnita se o marco será o mesmo para a produção de etanol a base de cereais ou se haverá um novo marco regulatório.

Conforme o conselheiro consultivo da Aprosoja-MT, Glauber Silveira, Mato Grosso produz mais de um bilhão de litros de etanol, sendo que 60% são consumidos dentro do Estado e 40% comercializados para a região Norte do Brasil e para São Paulo. "Para termos um aumento no consumo de etanol, precisamos aumentar a diferença entre o preço do etanol e o da gasolina. Mas podemos pensar não apenas no aumento do preço da gasolina, mas também na redução do o preço do etanol", salienta Silveira.

Com a aptidão tanto para a produção de etanol de cana-de-açúcar quanto de milho, Silveira acredita que os consumidores mato-grossenses poderiam utilizar somente este combustível (etanol) pagando de R$ 1,90 a R$ 2 o litro. Hoje, se vê nas bombas nos postos de combustível o etanol de cana-de-açúcar a R$ 2,29 em média em plena safra.

Pesquisa

De acordo com a pesquisa, com mil toneladas de milho processadas por dia seriam produzidos 130 mil metros cúbicos de etanol de milho por ano, além de 80 mil metros cúbicos de DDG (farelo protéico originado do cereal e utilizado para a alimentação animal).

O estudo revela que diante da atual legislação tributária para o etanol o investimento para a construção de uma usina full (que produz etanol somente a partir de cereais) seriam na ordem de US$ 69 milhões, vindo a ter retorno em 66 meses a partir da construção. A Aprosoja-MT salienta que o estudo mostrou ainda que o lucro líquido seria de 10% e a taxa de retorno em torno de 25%.

Quanto ao mercado de produção de carnes, o diretor da Céleres salientou que mesmo com a implantação de usinas flex e full em Mato Grosso, tal mercado não ficaria desabastecido de milho. “Existe a produção de farelo que abastece esta cadeia e, com a usina, há potencial de desenvolvimento das regiões por atrair outros negócios".
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