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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Produtor de Canarana paga 3 vezes mais pelo frete que o norte-americano

Em comparação aos produtores argentinos, a distância para escoar a soja é quatro vezes maior para os produtores canaraenses

Foto: Assessoria Aprosoja

Produtor de Canarana paga 3 vezes mais pelo frete que o norte-americano
Canarana, município a 810 quilômetros de Cuiabá, localizado na região Leste de Mato Grosso, sediou na noite desta quarta-feira (22), etapa do 8º Circuito Aprosoja. Atualmente, o município produz em torno de 800 mil toneladas de grãos e a maioria dessa produção segue para o porto de Santos, que na última safra recebeu em torno de 58% da produção de soja de Mato Grosso. “Nós percorremos mais de 900 quilômetros por rodovia para chegarmos ao transbordo de São Simão e, depois, seguimos por ferrovia até o porto de Santos, totalizando aproximadamente 1.900 km”, explica o produtor Marcos da Rosa. Segundo ele, esse percurso é feito entre cinco e oito dias.

Projeções de mercado apontam para um cenário preocupante no que diz respeito ao custo do frete. Na região, o produtor paga, por tonelada, algo em torno de R$ 235,00, enquanto na Argentina, onde 80% da safra é escoada por caminhões, o frete varia em torno de US$ 45. O consultor argentino Alejandro Vejrup, da Associação Argentina de Consórcios Regionais de Experimentos Agropecuários (AACREA), ressalta que quase a totalidade da safra argentina está a menos de 400 quilômetros dos portos, o que facilita o escoamento e ameniza os custos.

Outra comparação foi exemplificada por meio dos produtores dos Estados Unidos, que enfrentam quase a mesma distância que os produtores do Vale do Araguaia (algo em torno de 1.900 quilômetros). Porém, o custo com o frete por tonelada varia em torno de US$ 35, ou seja, aproximadamente R$ 72,00, três vezes mais que o custo dos Estados Unidos. O representante dos Estados Unidos, Mike Marron, explicou que a vantagem é que os norte-americanos possuem boa infraestrutura e as rodovias são de excelente qualidade.

“Nossa infraestrutura permite que a soja chegue rápido ao cliente, o que garante um preço maior ao produto e, por utilizamos navios, temos baixo custos”, finalizou Marron. Os produtores americanos contam também com boa capacidade em armazenagem e a maioria deles têm armazéns em suas propriedades.

Circuito Aprosoja reforça a necessidade da união dos produtores

Palestrantes internacionais participam do Circuito Aprosoja Universitário

De acordo com a assessoria da Aprosoja, o evento superou as expectativas de público da organização, ao reunir mais de 180 pessoas. “Achei muito interessante esse painel internacional com informações dos nossos principais concorrentes e, principalmente, o resumo do mercado consumidor. As informações de mercado são muito importantes pra nós”, disse o delegado da Aprosoja, Murilo Ramos.

“Foi o melhor Circuito que já tivemos, o tempo foi cronometrado e sentimos que os produtores gostaram muito por ter sido uma conversa descontraída, com informações muito importantes”, afirmou o presidente do Sindicato Rural e delegado coordenador da Aprosoja no município, Arlindo Cancian. Miguel Tagnese, produtor há mais de 30 anos, comentou que essa reunião já consolidada com os produtores também é uma forma de eles conhecerem e entenderem as principais conquistas da Aprosoja. “A conquista da suspensão do pagamento de royalties da soja RR e a do Funrural foram muito importantes”, disse Tagnese.

Circuito Aprosoja
O Circuito Aprosoja é uma realização da Aprosoja e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT), com patrocínio da Basf, Bayer e Syngenta.
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