O uso de sementes piratas de soja em Mato Grosso e no Brasil dobrou nas duas últimas safras. A média de crescimento anual da utilização de sementes não certificadas era de 6% a 8%. Segundo especialistas, um dos motivos que levaram ao aumento do plantio de semente pirata foi à tentativa de fugir dos pagamentos dos royalties na moega. A expectativa é que haja uma diminuição, visto liminar do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul permitindo a cobrança pelo uso da tecnologia.

A semeadura de sementes piratas da soja pode ocasionar aumento de produção, de acordo com o gerente de projetos da Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat), Davi Martinotto. “Podendo dobrar o custo para o produtor”, acrescenta.

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A semente pirata ocasiona baixa qualidade na germinação e desenvolvimento da planta e em alguns casos leva o produtor a realizar o replantio. Outro ponto é quanto às doenças e pragas. “Novas pragas e doenças podem surgir e se espalhar pelas lavouras vizinhas, trazendo para o Estado prejuízos, assim como a quebra da produtividade”, comentou Davi Martinotto em entrevista ao Agro Olhar.

A Aprosmat está atuando junto de órgãos fiscalizadores no combate ao uso da semente pirata de soja, bem como buscando conscientizar o produtor quanto aos males que a sua utilização proporciona.

“Um dos motivos que levou ao aumento foi à percepção do produtor em não ter que pagar pela tecnologia, ou seja, pelo royalties da soja diante os impasses judiciais que presenciamos nos últimos dois anos. O mercado deverá se regular novamente com a volta da cobrança na próxima safra, diante a liminar do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul”, salientou o gerente de projetos da Aprosmat.

Na semana passada, como o Agro Olhar já comentou, Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) suspendeu a liminar que proibia a cobrança de royalties da tecnologia Intacta RR2 PRO®,da Monsanto, sobre a moega. A decisão é valida em todo território nacional.