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Terça-feira, 19 de março de 2024

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Após 6 dias de protesto, Abiove e agricultores se comprometem a conversar com caminhoneiros

Foto: Agora MT

Após 6 dias de protesto, Abiove e agricultores se comprometem a conversar com caminhoneiros
Uma reunião entre o setor do transporte de cargas de Mato Grosso, Abiove, Famato e Aprosoja Mato Grosso deverá ser realizada na próxima segunda (23) ou terça-feira  (24) em Cuiabá. O encontro para tratar um preço mínimo de frete está sendo intermediado pelo Governo de Mato Grosso. A audiência ficou acordada durante reunião do setor com o vice-governador, Carlos Fávaro.

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Os caminhoneiros liberaram as rodovias em Mato Grosso na manhã desta quarta-feira, 18 de janeiro, após reunião com o senador José Medeiros é o superintendente da PRF, Arthur Nogueira. Em torno de 10 mil caminhões estão parados desde o dia 13 no Estado.

De acordo com Gilson Baitaca, um dos representantes dos transportadores, a reunião entre o setor do transporte, agricultura, tradings e Abiove servirá para definir diversos pontos, como as políticas para o transporte que deve ser implementada, além da tabela, incentivos fiscais, tributação, entre outros.

"O importante é que a Abiove se comprometeu a estar aqui", pontua Gilson Baitaca.

O vice-governador Carlos Fávaro, destaca que a pauta do transporte de cargas é uma pauta de “problemas” vividos pelo setor hoje. “E são problemas gravíssimos inviabilizando um setor importante para Mato Grosso, que roda a economia do Estado que é o transporte. Nós temos a sensibilidade de dizer que precisamos encontrar uma solução. A principal pauta seria um tabelamento mínimo de frete, mas há uma inconstitucionalidade, segundo a Sefaz, para estabelecermos isso. Porém, não há problema nenhum de momentaneamente acharmos outras alternativas”, pontua o vice-governador Carlos Fávaro.

Segundo Fávaro, a reunião na próxima semana servirá para entender que todos os elos precisam estar juntos para não deixar um elo quebrar e causar grandes danos em um futuro próximo. “Vamos começar a discutir uma pauta positiva para que possamos superar esse momento difícil que vive o transporte mato-grossense e brasileiro”.

Fávaro ressalta ainda que apesar de estar ligado a um setor econômico de Mato Grosso, a pauta dos caminhoneiros e empresários do segmento é uma pauta federal. “O principal problema deles é que a pauta é federal. Existe um projeto de lei do Governo Federal que está tramitando no Congresso e que daí pode resolver a situação, que é a pauta do preço mínimo de frete. Enquanto isso não ocorre no Governo Federal, o Governo de Mato Grosso buscará algo emergencial e vamos passar a discutir. O Governo nunca foi omisso de estar discutindo nas outras paralisações. Nós recebemos, nós demos encaminhamentos naquele momento, mas a pauta principal depende de uma legitimidade, de uma lei que precisa ser feita no Congresso nacional para garantir o preço mínimo do frete. Enquanto isso não tem nós precisamos trabalhar pautas emergenciais dentro do Estado”.

Fim da paralisação e impactos

A paralisação encerrou ao final da manhã desta quarta-feira, após o senador José Medeiros garantir levar a pauta para o presidente Michel Temer durante audiência nesta quinta-feira, 19. Medeiros garantiu ainda aos caminhoneiros e empresários que apoiará o Projeto de Lei 528/2015 a partir do momento em que o mesmo chegar no Senado.

Foram seis dias de paralisação na BR-364 em Rondonópolis. O movimento levou as multinacionais a operarem em seu limite. A Bunge informou a reportagem do Agro Olhar que a unidade durante o período operou com "limitações, já que o bloqueio está na portaria de veículos, tanto na entrada quanto na expedição de caminhões".

Já a ADM chegou a paralisar suas operações na unidade fabril de processamento de grãos localizada em Rondonópolis. "A empresa continua atendendo clientes de diferentes locais, mas está com navios esperando para serem carregados no Porto de Santos (SP), e a greve está impactando significativamente a cadeia de produção na área local. A ADM espera que o problema seja resolvido o mais rápido possível para que possa retomar normalmente suas operações", disse por meio de nota a ADM.

Crise

O setor do transporte de cargas, principalmente de grãos, vem passando por uma crise há três anos aproximadamente, tendo o seu “enterro do segmento” com a quebra da safra 2015/2016, onde somente entre soja e milho foram quase 9 milhões de toneladas a menos produzidas .

Em 2015, como acompanhado pelo Agro Olhar, os caminhoneiros em Mato Grosso chegaram entre os meses de fevereiro e março a bloquear as principais rotas de escoamento da produção de grãos. Em todo o país foram realizados manifestos em prol de melhores condições de trabalho e um frete que cubra os custos de produção.

O projeto de lei 528/2015 foi criado após as paralisações realizadas no primeiro semestre de 2015, aonde em Mato Grosso todas as principais rotas de escoamento da produção agropecuária com destino aos portos chegaram a ficar bloqueadas. O texto visa o estabelecimento de uma tabela de preço mínimo para o frete, que hoje não cobre os custos de operação do setor de transporte de cargas.


Atualizada às 21h07
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