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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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19,3 mi toneladas

Quebra no milho causa perdas de R$ 272 mi na arrecadação de ICMS em Mato Grosso

Foto: Reprodução/Internet/Ilustração

Quebra no milho causa perdas de R$ 272 mi na arrecadação de ICMS em Mato Grosso
A quebra de aproximadamente 7 milhões de toneladas de milho na safra 2015/2016 em Mato Grosso pode ter levado ao Estado a deixar de arrecadar R$ 272,75 milhões em Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Dos 4,245 milhões de hectares semeados com milho 2ª safra foram abandonados pelos produtores mato-grossenses 177.711 hectares, ou seja, 4,19% da área não foi colhida.

O clima é o principal fator para a retração de 26,21% da produção no ciclo 2015/2016 no comparativo com o 2014/2015. A queda foi de 26,20 milhões de toneladas para 19,33 milhões de toneladas.

O atraso no plantio da soja devido à ausência de chuvas durante a sua semeadura acabou por prorrogar a semeadura do milho, vindo a ser concluída quase 30 dias após a sua janela ideal. Além disso, faltou chuva no período de desenvolvimento do cereal, principalmente no momento de enchimento de grãos.

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Os números de retração na arrecadação do ICMS constam no estudo “Impactos Econômicos da quebra de safra de milho em Mato Grosso”, realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) sob encomenda da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), que revela ainda que a redução na produção causou um decréscimo no Valor Bruto da Produção de R$ 274,35 milhões.

O coordenador da Comissão de Política Agrícola da Aprosoja, Emerson Zancanaro, explica que a perda na arrecadação do ICMS é recorrente ao que deixou de ser transportado. “É importante destacar que essa queda de arrecadação apura apenas o ICMS de transporte que seria pago pelos produtores. Em anos em que os produtores têm boas produtividades, o Estado e toda a sociedade de beneficiam disso, porque o setor arrecada mais impostos e gera mais negócios na cidade”.

Além do ICMS, a perda de renda do produtor também impacta direto na economia de Mato Grosso. “Neste ano, infelizmente, o diagnóstico é de perda de renda pelo produtor e pelo Estado, seja de forma direta, pelo ICMS de transporte, seja pela redução dos negócios que ocorrem diretamente na cidade. Deve-se considerar, ainda, que estudos do IMEA indicam que o PIB do Estado de Mato Grosso está intimamente ligado ao agronegócio e decorre diretamente de 50,5% do agronegócio”, salienta o gerente de Política Agrícola da Aprosoja, Frederico Azevedo.

Abandonos

Em agosto o Imea divulgou a primeira estimativa de abandono de área da safra 2015/2016 de milho no Estado. O levantamento mostra que dos 4,245 milhões de hectares semeados deixaram de ser colhidos 177.711 hectares.

A decisão dos produtores em deixar de colher 177.711 hectares decorre-se a produtividade ter sido extremamente baixa do esperado, a ponto de a colheita em tais áreas "nem mesmo se pagar", como destaca o levantamento.

A região Nordeste de Mato Grosso foi a que mais registrou abandono de área. Dos 417.954 hectares plantados deixaram de ser colhidos 74.683 hectares, ou seja, 18% da área foi abandonada. O Sudeste abandonou 28.749 hectares, o Médio-Norte 39.944 hectares e o Noroeste 16.973 hectares. Já o Norte mato-grossense 8.807 hectares, o Oeste 4.941 hectares e o Centro-Sul 3.613 hectares.
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