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Notícias / Logística

Carretas com soja de Mato Grosso ficam paradas em atoleiros na BR-163

De Sinop - Alexandre Alves

 Centenas de carretas bitrens transportando soja colhida na região Norte de Mato Grosso com destino ao Porto de Itaituba, no Pará, permaneceram paradas na estrada, entre a cidade de Novo Progresso e o Distrito de Trairão, devido a grandes atoleiros que se formaram na via – ainda não pavimentada pelo governo federal.

Segundo fontes de Olhar Direto naquela região,  aproximadamente 300 veículos de carga não conseguiram passar na última semana e só seguiram viagem depois de três dias, quando a chuva deu uma trégua e uma patrulha mecanizada fez melhorias na estrada.

Sérgio Peres, gerente de uma transportadora de grãos no Nortão de Mato Grosso, reclamou, ao Agroolhar, nesta terça-feira, que os motoristas das carretas tiveram que pagar até R$ 300 para que tratores removessem os bitrens do lamaçal que se formou na rodovia.

“É um roubo, mas fazer o que, tem que se sujeitar a esse tipo de prejuízo, já que o governo federal não dá conta de terminar o asfalto”, desabafou.

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Os grandes atoleiros se formaram devido à intensificação das chuvas nos últimos dias na região amazônica. Fontes informam que, nas últimas semanas, as precipitações ocorreram acima da normalidade. Com o vai e vem das carretas, o terreno não suporta o peso e afunda.

Os produtores rurais e as tradings que exportam grãos mato-grossenses começaram a mandar seus produtos para a China por meio dos portos da região Norte do país (Santarém e Belém-PA, e Santana-AP), usando barcaças partindo de Itaituba e Miritituba para o transbordo das cargas das carretas para os navios.

Contudo, como cerca de 350 quilômetros da BR-163, no Pará, ainda não estão pavimentados, o escoamento pode sofrer atrasos e prejuízos devido a atoleiros que se formam. Para 2014/15, a projeção mato-grossense é desviar 17 milhões de toneladas de grãos dos portos do Sul e Sudeste para os da região Norte do país. Essa manobra diminui os custos de frete rodoviário (já que encurta cerca de 1 mil km de estrada) e marítimo (pois o Norte do Brasil está mais perto da China que o Sudeste).
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