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Notícias / Pecuária

Mato Grosso pode se tornar maior bacia leiteira com ajuda de desenvolvimento genético

Da Redação – Viviane Petroli

Mato Grosso possui espaço para se tornar a maior bacia leiteira do Brasil. O estado precisa apenas avançar no desenvolvimento genético, que hoje começa a dar seus primeiros passos. Levantamento nacional mostra Mato Grosso como o 8º maior produtor de leite do país com em torno de 750 milhões de litros captados no ano. Segundo especialistas, o aumento da produção é possível por se ter área e a alimentação mais barata do país.

Uma das apostas na cadeia leiteira é a raça Gir Leiteiro, que pode produzir até 40 litros/dia, como é possível constatar em propriedades localizadas em Minas Gerais.

“O desenvolvimento genético no Mato Grosso está no início. Nós temos no estado espaço para ser a maior bacia leiteira do Brasil. Todas as bacias do Sul e Sudeste estão consolidadas. Eles não tem mais como crescer por falta de espaço e Mato Grosso tem espaço, tem gente trabalhadora e o alimento mais barato do Mundo, pois temos a casquinha da soja e o milho, ou seja, temos os produtores de alimentos que vão ajudar muito nessa cadeia leiteira”, afirma o presidente da Associação dos Criadores de Gir Leiteiro de Mato Grosso (Acgil-MT) e do Grupo 5 Estrelas, Getúlio Vilela.

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Getúlio Vilela é um dos que em Mato Grosso dedica-se ao desenvolvimento genético da raça Gir Leiteiro. Ele revela dedicar-se também a produção de embrião, bem como compra e produção de sêmen para tal. Conforme o produtor, ele quando realiza a aquisição de sêmen busca “dos melhores touros do Mundo testados”.

Hoje, no Brasil, a dose do sêmen varia de acordo de criador para criador, além da genética e árvore genealógica do animal (linhagem). “Um dos bois mais caros no Brasil se chama Radar. Uma dose do sêmen dele já chegamos a pagar R$ 40 mil, mas como ele é diluído acaba se tornando viável. Mas, o preço varia. Uma dose já chegou a R$ 40 mil, mas hoje não vale mais isso, porque hoje temos outros touros que entraram em testes”, comenta.

O produtor comenta que os testes em bois/touros, para que se tornem os sêmens comerciais, chega-se há levar sete anos.

Nem sempre iguais

Vilela ressalta que vacas filhas de uma mesma mãe e pai nem sempre são iguais. “Se você observar a genética verá que por trás dela existe uma ciência, pois nem sempre os irmãos são iguais. Nas vacas, por exemplo, uma irmã pode produzir mais leite que a outra”.

Questionado sobre o fato de se ter sêmen de qualidade é questão de desenvolvimento genético, Getúlio Vilela pontua que é um estudo e que há todo um processo por trás. “Tem a mãe, a avó, toda uma árvore genealógica para saber se aquele boi pode ser dedicado a produção de sêmen e colocado no mercado e se aquela vaca pode ser dedicada a produção de leite”.

Aceitação da raça Gir Leiteiro

O Gir Leiteiro teve uma alta, assim como o gado como um todo, porém o que manda no mercado hoje é o gado de corte, frisa o produtor. Mato Grosso é o maior produtor de carnes e tem o maior rebanho bovino, na casa das 28 milhões de cabeças.

Getúlio Vilela explica que a aceitação não é da noite para o dia. “Tem crescido sim a aceitação pelo Gir Leiteiro, até porque quando comecei a mexer com leite em Mato Grosso (possui propriedade em Minas Gerais) éramos o 11º maior produtor do Brasil e de lá para cá tivemos consideráveis evoluções no estado. Acredito que vamos chegar a 4º ou 5º lugar nos próximos quatro a cinco anos com a utilização de desenvolvimento genético”.
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