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Notícias / Economia

Agências de turismo mantêm competitividade com buscadores online e setor passa "intacto" pela recessão, aponta CVC

Da Redação - André Garcia Santana

O número cada vez maior de viajantes pelo mundo vem garantido ao setor do turismo estabilidade invejável durante o período de recessão enfrentado pelo país. Uma pesquisa divulgada em 2016 pelo Ministério do Turismo (MTur) confirma a tendência: 49,4% da população brasileira viaja pelo menos uma vez por ano. Com a bonança, mesmo diante da popularização dos buscadores de passagens online, a expansão das agências de viagem manteve o ritmo, apostando no contato com o cliente para manter os empreendimentos no páreo. É o caso da CVC, que em 2017 inaugurou duas unidades em Mato Grosso.

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Ao mencionar as implantações nas cidades de Juína e Campo Novo do Parecis, o empresário e representante máster da franquia no Estado, Oiran Gutierrez, explica que o setor foi pouco afetado pela crise. Desde 2001, quando assumiu a marca, foram abertas pelo menos 25 novas lojas pelo Estado. Quase todas elas são administradas por seus ex-funcionários, chamados pela matriz de “empresários quarteirizados”. De lá para cá, foi também foi registrado crescimento de dois dígitos anuais, segundo o proprietário.

Em sua avaliação, hoje, as grandes empresas online passam a fazer o caminho considerado inverso, instalando lojas físicas em shoppings para se aproximar dos clientes. “Ali eles podem sentir o cheiro da bolsa, do sapato, da comida. O turismo é isso, precisa desse contato. Então, por mais que hoje se tenha um sistema online muito rápido, as plataformas da CVC conseguem acompanhar a e competir”, diz.

A visão corporativa da modalidade virtual é simplificada, comparada com o funcionamento de uma máquina de refrigerante. “Você coloca uma moeda e pega o refrigerante. Se o cliente quer fazer um bate e volta no Rio de Janeiro, por exemplo, funciona. Mas se quiser uma parada em São Paulo, o sistema já não entende. As pessoas querem trocar uma ideia com o consultor, sentir essas experiências. Então há ainda muita sobrevida nas lojas presenciais”, disse ao Agro Olhar.

De acordo com levantamento mensal da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a demanda (em passageiros-quilômetros pagos transportados, RPK) registrou aumento de 7,8% em outubro de 2017, no Brasil. Comparada com o mesmo mês de 2016, esta é a oitava alta do indicador após 19 meses em queda. O dado significa que foram transportados 7,8 milhões de passageiros pagos em voos domésticos, representando variação positiva de 7,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Diante das altas Oiran aponta alguns fatores importantes para estes resultados. “Entre 2003 e 2005 houve a entrada das classes D e E, que começaram a viajar de avião. Esse pessoal agora não vai voltar para o ônibus. A comodidade e o tempo hoje em dia são muito preciosos.” Somam-se a isso facilidades no pagamento, que, segundo ele, foram implantadas gradualmente, há cerca de 15 anos, pela companhia. “A CVC democratizou o turismo quando começou a dividir as parcelas em 10 vezes e no boleto. Antes, era no máximo uma mais duas.”

O empresário, que também é presidente do Sindicato das Empresas de Turismo do Estado de Mato Grosso (Sindtur), defende que o fluxo seguirá ascendendo. “Essas transformações foram muito urgentes, rápidas. E vai continuar assim, o número de viajantes no mundo vai continuar aumentando. Então esta é uma atividade em crescimento. O mundo vai continuar viajando e cada vez mais. Os aviões se tornarão cada vez maiores, as distâncias serão cada vez menores”, conclui. 
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