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Notícias / Economia

Empresários Irlandeses querem negociar produtos naturais com pequenos agricultores de MT

Da Redação - André Garcia Santana

Para suprir as necessidades dos principais supermercados irlandeses, empresários do país europeu estiveram nesta semana em Sinop (280 km de Cuiabá) para negociar a exportação de produtos naturais brasileiros. O foco da comitiva são pequenos agricultores do município, que já mantém relações comerciais com a Irlanda. As transações, no entanto, ainda são tímidas e não contam com produtos da fruticultura. Somente no acumulado de janeiro a dezembro de 2017 o município exportou ao país o equivalente a US$ 11,3 milhões (US$ 11.337.461) em diferentes produtos.

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De acordo com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), a participação irlandesa, na soma global de negócios fechados, representa menos de 2% (1,76%) de todo o montante vendido por Sinop ao mercado internacional, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Raymond Thornton e seu filho Andrew Thornton, empresários da comitiva, explicam que a parceria irá proporcionar a pequenos produtores oportunidades de negócios, já quase não são vistos pelas grandes trades. "Detectamos uma demanda crescente na Europa ligada a preocupação com a saúde. As pessoas querem produtos mais naturais, que tenham mais frutas, exatamente como essa barra de cereal que estamos conhecendo", disse Thornton referindo-se à bananada em barra que lhes foi apresentado na indústria Bianchi Alimentos, uma empresa genuinamente sinopense.

Outro ponto salientado por ele é a procura de frutas in natura ou já processadas em forma de polpa, por exemplo. Ele explica que junto com o filho, na Irlanda, possui uma fazenda de plantação de batatas que são utilizadas para a fabricação de vodka. "Queremos associar as frutas tropicais que o Brasil tem à nossa vodka que produzimos".

Rafael Bianchi, o empresário que os recebeu em Sinop e que planta 160 hectares de banana e 06 hectares de goiaba, mostrou-se bastante animado com a possibilidade de comercialização de seus produtos fora do Brasil. Ele revela que, durante a visita, foi contado um pouco da história de como começaram plantando banana e depois como foi o processo de industrialização do produto.

"Foi apresentado, a eles, os produtos que a gente tem como bananada com açúcar, bananada sem açúcar, doce de goiaba, doce de banana e a nossa tradicional bala de banana", disse ao revelar que, para a sua empresa, faltam poucas adequações para o processo de exportação: "a adequação é mais da embalagem, rotulagem, essas coisas. Com relação ao produto não! Temos produto de boa qualidade."

Biachi também foi bastante enfático ao avaliar a iniciativa da Prefeitura em buscar investidores estrangeiros para os produtos sinopenses. "Um  belo trabalho que a Prefeitura vem fazendo com a gente, trazendo empresários de fora em busca de novos produtos. Sem dúvida que estão abrindo uma porta. A Prefeitura estimula a gente a investir, a produzir, a gerar emprego, mesmo com a dificuldade em que estamos passando hoje. Isso é muito importante para as nossas empresas e para o município também."

Os empresários, que vieram à convite da SEDEC e capitaneados por Peter O'Nail, que trabalha com uma business network, receberam informações, principalmente, de peso das embalagens dos produtos e como podem ser escoados. Uma das alternativas aos empresários mato-grossenses é acessar o mercado europeu por meio dos portos do Arco Norte [Amazonas, Amapá, Pará e Maranhão] com a produção saindo do Estado via BR-163.

Peter, Raymond e Andrew conheceram, ainda, produtos da terra como a castanha do Brasil e o guaraná. Como lazer e descontração, fizeram um tour pelo município, foram até o acqua parque Curupy e ao parque florestal onde se encantaram com os macacos, tracajás, jacaré e elogiaram a parceria com a Universidade Federal em catalogar todas as árvores nativas que compõem a reserva.

Fechando a visita eles fizeram uma visita técnica para conhecer a Embrapa Agrossilvipastoril e os trabalhos e pesquisas científicas em cima de cultivares regionais. Levaram na bagagem um folder e um documentários mostrando as várias outras potencialidades do município e a certeza de negócios e futuras relações comerciais como empresários locais.
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