Olhar Direto

Sábado, 20 de abril de 2024

Opinião

Carreiras meteóricas

Numa época em que filiação partidária e valores éticos são tão desprezados, dá para entender a razão da grande comoção causada pelo desaparecimento trágico de um político que sempre se mostrou fiel aos seus ideais.

Claro, estamos falando da liderança do jovem Eduardo Campos, ceifado prematuramente da vida política brasileira.

Mesmo oriundo de uma tradicional oligarquia nordestina, acenava com um futuro promissor, principalmente pelas suas características de fidelidade aos compromissos partidários e com a causa pública.

Foi despontando no país como uma liderança logo reconhecida e aceita por todos.

Socialista convicto, ele sabia das suas limitações no momento atual em que a política é disputada por raposas ágeis e descompromissadas com o bem público - sempre muito mais interessadas nos seus ganhos pessoais e em enriquecimento rápido.

Eduardo, ao contrário, foi se projetando lentamente desde os tempos de faculdade e, posteriormente, como o deputado mais votado do estado de Pernambuco. Depois foi governador por dois mandatos seguidos, com excelente avaliação, além de ter sido Ministro da Ciência e Tecnologia do governo Lula.

Com esse currículo era, com certeza, a grande liderança do nordeste brasileiro e, automaticamente, candidato à Presidência da República do Brasil em 2014.

Aliás, nesse item da credibilidade, o Brasil tem tido pouca sorte, afastando prematuramente figuras de relevância política comprovada, tais como: o ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, o eterno defensor da legalidade democrática, Ulisses Guimarães, o brilhante educador Darci Ribeiro e, agora, o jovem e talentoso Eduardo Campos.

A comoção geral provocada por essa última perda é a prova do quanto as pessoas anseiam por nomes confiáveis nesse clima de abandono e de desinteresse em que todos nós fomos colocados.

Será pedir muito uma maior dignidade das pessoas que elegemos como nossos legítimos representantes?

Esse cinismo reinante na chamada politicagem não é mais suportado por nenhum eleitor razoavelmente educado e livre.

O que explica, termos uma natureza tão rica e generosa, e permanecermos eternamente nesse clima de terceiro mundo?

Mortes acidentais, e outras nem tanto, provam que esse povo tão massacrado ainda tem a capacidade de se comover diante das perdas de lideranças autênticas compromissadas com os valores éticos e morais.

Num país com um nível educacional bom, as escolhas de candidatos deveriam obedecer a padrões patrióticos verdadeiros, e não, na colocação no poder de pessoas com comportamentos espúrios e que geralmente transmitem aos seus sucessores essa mesma conduta.

Que tragédias como essa ao menos nos sirvam para um despertar desse imenso marasmo em que a política brasileira nos colocou.

Mais do que nunca estamos num momento de reflexão da necessidade do voto consciente. A vida de todos nós depende disso.

É hora de varrer através do voto todos os “ficha suja” desse país, todos tão bem conhecidos e catalogados. Para isso contamos com o auxílio da era digital.

Pesquisemos antes de entregar a nossa confiança. O nosso voto pode mudar o Brasil, é preciso acreditar nisso.

Que políticos da grandeza de um Eduardo Campos nos ajudem nessa tarefa!

Gabriel Novis Neves

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