Olhar Direto

Quinta-feira, 28 de março de 2024

Opinião

Driblando as dificuldades

Apesar das grandes deficiências da nossa educação, o talento de jovens ultrapassa as fronteiras e desperta atenção internacional em alguns setores. Recentemente, a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos – considerada a segunda melhor do mundo, de acordo com o ranking da Times Higher Education –, selecionou duas estudantes brasileiras do ensino médio para o Village to Raise Child – programa criado pelos alunos da universidade para incentivar projetos inovadores identificados sob a égide de empreendedorismo social. Ao lado de mais três estudantes do Nepal, Sri Lanka e Filipinas, elas foram selecionadas entre 80 autores de projetos.

Georgia da Silva Sampaio, de Feira de Santana/BA, pesquisou a criação de um método para o diagnóstico da endometriose por exame de sangue. O método causaria um impacto positivo, já que a doença, que acomete milhares de mulheres, aparece apenas no exame de ultrassonografia, com diagnóstico bastante demorado, aumentando os riscos da ampliação da enfermidade. Ela começou a desenvolver a pesquisa após sua tia ter sido diagnosticada com a doença e precisar extrair o útero. Pela importância do tema, o projeto poderia ser utilizado, sem maiores problemas, nos serviços públicos de saúde.

No caso da estudante Raíssa Muller, de Novo Hamburgo/RS, aluna do curso técnico de química, ela criou uma espécie de esponja que absorve o óleo e repele a água, o que pode contribuir enormemente em casos de acidentes de derramamentos de óleo no mar, ou até mesmo em casa, no recolhimento do óleo de cozinha para reciclagem.

E o sucesso internacional não para por aí. A estudante de arquitetura Stefanie Tuck Schneider foi premiada no workshop organizado pela Future Cities Project e pelo site britânico Architectural Rewie que selecionou três trabalhos entre 163 inscritos. A brasileira defende que a boa arquitetura tem de ter poesia ao mesmo tempo em que cumpre requisitos de complexidade e de forma.

Exemplos como esses demonstram que os jovens brasileiros sabem driblar as dificuldades, como um hábil Neymar, e podem, efetivamente, se destacar no competitivo cenário internacional.
 
*Luiz Gonzaga Bertelli é presidente Executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), da Academia Paulista de História (APH) e diretor da Fiesp.
 
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