Olhar Direto

Quinta-feira, 28 de março de 2024

Opinião

Tem preço?

Uma das perguntas inquietantes e que constituem moeda aceitável hoje: Os valores morais têm preço?

A indústria da judicialização é uma das mais prósperas de nosso país. Diante de qualquer possibilidade de se obter uma vantagem monetária, a justiça é chamada para calcular o valor do possível dano.

Na área da medicina é uma das causas do sucateamento e, principalmente, da falta de humanismo no atendimento médico.

O trabalhador de saúde geralmente tem medo do seu cliente. Ele, não raras vezes, durante a consulta médica fica atento à possibilidade de algo que lhe possa render para processar o médico.

O resultado é a medicina tecnológica usada abusivamente, mais para proteger o profissional de saúde de uma possível chantagem jurídica do que para resolver problemas médicos dos seus pacientes.

Essa situação provoca o médico a solicitar todos os exames laboratoriais existentes, gerando custos insuportáveis para governos e planos de saúde.

Lamentavelmente está quase totalmente interrompida a relação médico-paciente e o exercício hipocratiano da medicina.

O mundo hoje é para os especialistas em doenças, e não, em doentes.

Cada vez mais desaparecem do mercado de trabalho os médicos humanistas, especialmente os das áreas básicas como clínica médica, cirúrgica, pediátrica, ginecológica e obstétrica.

A vida humana tem preço?

O triste é que tem gente que faz cálculo sobre quanto vale um pâncreas, um pulmão ou uma tireoide. E ainda vem o governo descaradamente nos apresentar programas de “humanização da medicina”, mantendo e incentivando um sistema injusto de saúde aos pobres.

Para os curiosos vou citar apenas dois itens da lista de preços da pesquisa do cientista Edward Thorndike, psicólogo social: um dente equivale a quatro mil e quinhentos dólares e um dedo do pé a cinquenta e sete mil dólares.

Thorndike revelou que quase um terço dos participantes da pesquisa considerava as mesmas “incomensuravelmente repugnantes”.

Vamos pensar gente?

Talvez mudemos de opinião a tempo de influenciar na mudança deste quadro doloroso e interromper esse sistema cruel que vem martirizando a vida das pessoas, especialmente dos menos favorecidos socialmente.

Temos a arma, basta dispará-la. É o nosso voto secreto nas próximas eleições gerais.

Gabriel Novis Neves

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