Olhar Direto

Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Opinião

E Deus quis ter uma família: o que aprendi desta obra?

Conheci o livro depoimento do casal Diácono Nelsinho e Márcia Corrêa, famosos por apresentar inúmeros programas no Sistema de Comunicação da Canção Nova(Rádio, Televisão, mídias sociais,etc), obtive o livro no encontro de famílias que ocorreu na Paróquia Sagrada Família em Cacoal.

Acompanhado de minha mãe, Maria Aparecida Teixeira Enamoto, podemos acompanhar o seu relato pessoal, trazendo uma mensagem cristã que me emocionou, embargando minha voz e marejando meus olhos, motivando a aquisição da obra.

Ao folhear o livro, lendo-o, surpreendi com a simplicidade do texto, mas profundidade da mensagem que traz, aqui peço vênia ao leitor, para trazer alguns trechos com reflexão dos autores, no capítulo I, “A Família na Bíblia”, na página 12 traz o seguinte trecho:

Há pessoas que reclamam da própria família, assim como há pessoas que choram porque não tem família. Nós nunca estamos satisfeitos. Quando faz sol, reclamamos do calor, se faz frio, nos queixamos da baixa temperatura. Deus talvez olhe para esse nosso comportamento e, aborrecido, diga: “O que eu vou fazer com este povo?”
 
Realmente, a maturidade da idade, fez me menos crítico da minha família e mais crítico de minha pessoa, explico com muita ressalva, a tenra idade faz com que a juventude busque “mudar” ao mundo, reclamam dos progenitores, mas não querem mudar a si mesmos. Com a maturidade e o início das rugas de expressão compreendo que a minha crítica é maior em meus defeitos do que de meus familiares, aliás quando na presença de meu irmão e minha mãe hoje apenas enxergo as qualidades que me apaixonam por minha família.

Outro trecho que me trouxe reflexão é o fato de reclamarmos constantemente, realmente há uma sapiência na frase, na constância da insatisfação em razão da inconstância da vida, do cotidiano, novamente recobro a maturidade, para sob nova óptica compreender o lema latino reverenciado pelos escritores do período classicista Carpe Diem(“Aproveite o dia”), não sob prisma de um hedonismo fugaz, mas como simplicidade cristã, aproveite o dia, contemplem a obra de Deus, aproveite o escasso tempo que tem com seus familiares.

Outra “´pílula” de sabedoria em forma de narrativa pessoal, encontrei no capítulo 6- “O importante é perdoar” cujos dois trechos destacados estão nas páginas 55 e 56, o qual transcreverei na sua literalidade:

(...)Perdoar nem sempre é esquecer; ás vezes, leva um tempo, mas depois não se lembra mais com dor(...)

(...)Eu fiquei com muita raiva, mas meu pai sempre foi bom. Ás vezes, a gente só entende a pessoa quando conhece a sua história(...)
 
Começo com a reflexão sobre o perdão, este gesto altruísta não nos faz esquecer os fatos, mas não traz a mesma dor ao relembrar os fatos, tal qual uma cicatriz que traz uma lembrança de algo que machucou, mas não há dor na lembrança. Há uma máxima do perdão, que as pessoas geralmente afirmam:” Você não merece ser perdoado” realmente o perdão é dado a uma pessoa que não merece, por isso é um gesto altruísta, e a pessoa deve ser abnegada, não remoer os sentimentos sob pretexto de parecer magnânimo, o gesto torna-se vazio, desprovido de qualquer valor, principalmente quando o fiador do perdão sempre busca a lembrança da falha do perdoado, como instrumento de provocar mágoa.

A segunda frase que reflito e encerro o presente artigo, é algo que deve ser comum a todos os filhos em algum momento com seu pai, a incompreensão que temos com nossos pais, sem compreender a história que nossos pais carregam, suas matizes, não compreendemos os gestos por não conhecermos suas razões e fundamentos, infelizmente esquecemos que nossos pais são indistintamente bons, sempre foram bons, são pessoas feridas pelo tempo,por sua história, mas sempre foram bons.


Juliano Rafael Teixeira Enamoto é Católico, Procurador na Câmara Municipal de Sapezal, formado em Direto pela Universidade Federal de Rondônia.
 
 
 
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