Olhar Direto

Quinta-feira, 18 de abril de 2024

Opinião

VLT é solução e não garoto problema

A euforia do anúncio da subsede do Pantanal, tendo Mato Grosso como o Estado escolhido, passou. Porém, estamos vivendo agora a expectativa de grandes investimentos para Cuiabá e baixada, fazendo o Estado crescer proporções assustadoras nos próximos cinco anos.

Só que o anúncio da Copa em Mato Grosso, veio acompanhado de uma série de requisitos que teremos que cumprir para efetivar esse anúncio, como a construção do estádio, dos centros de treinamentos, reforma do aeroporto e, principalmente, infraestrutura em trânsito e transporte de qualidade e ambientalmente correto.

Pensando nisso, busquei algumas alternativas para serem discutidas na Assembleia Legislativa e, a opção mais viável e rápida, pelo menos aparentemente, que encontramos foi o VLT – Veículo Leve sobre Trilhos. Lembrando que essa proposta já havia sido apresentada ao Governo do Estado em maio passado.

A falta de investimentos na malha viária foi apontada como o principal entrave do trânsito na Capital, que possui uma demanda de 30 mil passageiros no horário de pico e já tem congestionamentos semelhantes aos grandes centros brasileiros.

O centro de Cuiabá é um capítulo a parte, com ruas estreitas, fica completamente intransitável. Em Várzea Grande, o maior ponto de estrangulamento do trânsito fica por conta da Avenida da FEB, ponto de maior fluxo entre os dois municípios. O sistema atual de transporte usado em nosso Estado é precário e inviável. O sistema de transporte urbano está cada vez pior e defasado, não atendendo bem os usuários de hoje, imagine então daqui a cinco anos.

Um exemplo a não ser seguido, por exemplo, é o estado de São Paulo, que hoje paga, em poluição, um preço alto por ter adotado um modelo de mobilidade baseado em grandes avenidas lotadas de carros, caminhões, ônibus e motocicletas. É um caminho sem volta, e quem pagará para reverter isso é o próprio usuário, seja dos transportes coletivos como os donos de veículos.

Com os trilhos cortando as principais avenidas, fazendo as ligações necessárias para atender nossa população e aos turistas que estão chegando para acompanhar os jogos em Cuiabá, vamos galgar um degrau importante para nossa modernização e solução do trânsito de veículos e pedestres. Sem contar que é ambientalmente correto, sem o aumento de poluentes causados pela queima de combustível.

Concordo que não é um sistema barato para implantação, porém não é inviável. E nem é preciso que o Estado ou Município arque com os elevados custos, até porque não teriam condições, mas podemos promover com a iniciativa privada as formas de construção e concessão. Já pensando nisso, apresentei à AL um projeto de lei que dispõe sobre Parcerias Público-Privadas (PPPs). Essa iniciativa vai ser fundamental à efetivação de contratos para a colaboração entre o Estado e o particular, por meio dos quais o ente privado participa da implantação e do desenvolvimento de obras, serviços ou empreendimentos públicos, bem como da exploração e da gestão das atividades decorrentes.

Vamos ser realistas, para um investimento desse porte, a solução é a parceria. E sabemos que isso não é novidade nos estados brasileiros e o maior exemplo é o próprio transporte coletivo. Se não fosse o investimento privado, o município não teria condições de adquirir uma frota de ônibus para atender a população.

Temos demanda para a implantação independentemente da Copa, todavia esse é um fator determinante para atrairmos investimentos. A própria população tem apoiado a iniciativa de que o Governo, ao menos, banque um estudo de viabilidade do VLT em Cuiabá para depois começarmos a discutir os meios de implantação. Mas, o estudo inicial é primordial, pois estamos em fase embrionária do projeto.

A demanda é tão clara e consciente que em uma audiência pública que fizemos para discutir esse assunto, houve uma participação efetiva da sociedade, defendendo uma nova modalidade de trânsito em Cuiabá, por estar cansada das atuais formas de locomoção que o Poder Público oferece. Podemos até melhorar as avenidas, alargando-as e reestruturando o sistema de transporte, porém, mais cedo ou mais tarde, chegaremos ao caos ambiental.

Uma das provas de que é necessário um estudo profundo sobre a questão do metrô, é que durante essa audiência, nos foi apresentado outro modelo de transporte: o Monotrilho, que parece ser também um viés para solucionar o caos que vivemos hoje.

Para a implantação efetiva dessa proposta, independente de questões partidárias ou eleitorais, é que o projeto saia da alçada pública e que o Governo Federal invista na parte estrutural básica. O objetivo é que, por meio de concessão, sejam feitos os investimentos no material rodante, estações e operação do sistema durante o prazo de concessão, que pode vigorar em torno de 25 a 30 anos. A passagem do ônibus pode ser por meio do sistema de integração.

Enfim, como disse, ainda é começo, uma proposta de estudo para a viabilidade física e econômica de implantação do metrô de superfície e tudo que se diz hoje em relação a isso é pura especulação, mas posso garantir, que com o sistema atual de trânsito que Cuiabá possui, onde a poluição veicular é a fluidez do trânsito, pois quanto mais congestionamento, mais emissões, não será suficiente para conseguir efetivar, definitivamente, Cuiabá como a sede da Copa do Mundo no Pantanal.
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