Olhar Direto

Sexta-feira, 29 de março de 2024

Opinião

É preciso equilibrar o ser humano

Atualmente, acompanhamos com certa apreensão as notícias e os acontecimentos referentes às mudanças climáticas em nosso planeta, em função do aquecimento global. Previsões de colapsos ambientais, que há algum tempo ficavam apenas nas esferas esotéricas, agora, são discutidas por cientistas e políticos em fóruns internacionais. 
 
As atividades humanas – sem levar em consideração que a Terra é um organismo vivo e, como tal, ressente-se das agressões que lhe são feitas – estão levando a um desequilíbrio sem precedentes na natureza, o que coloca em risco a sobrevivência de inúmeras espécies, incluindo o próprio homem, agente desse distúrbio.

Assistimos a uma quebra na harmonia do meio ambiente, que reflete a relação distorcida dos indivíduos consigo mesmos, com os outros e com tudo ao seu redor, baseada numa visão reducionista, materialista, que ignora a natureza da vida, suas leis e fundamentos essenciais.
 
A abordagem materialista tem prevalecido, praticamente, em todas as áreas que envolvem o ser humano, inclusive no sistema educacional. Aprendemos como entrar com sucesso no mercado profissional, mas não nos ensinam como viver em harmonia com a vida. Dessa forma, a maioria vive na ignorância de algo essencial à nossa existência. Houve uma inversão de valores na sociedade: o que é principal ficou na periferia e o que é periférico foi para o centro.
 
Assim, o ser humano não compreende a si, nem ao outro, nem ao ambiente em que nasce, vive e morre. Julga-se dono da Terra, na qual se encontra de passagem, e parece se esquecer de que é apenas hóspede por um curto período de tempo, entre 70 e 80 anos. Deveria ter a obrigação, nesta curta passagem, de deixar tudo ao seu redor  melhor do que quando chegou, facilitando a vinda e a sobrevivência das gerações futuras. 
 
Contrariamente, entretanto, dá-se o direito de posse e, como a história tem mostrado, também se permite explorar, oprimir e destruir a natureza, visando tão-somente aos interesses individuais de seu pequeno mundo.
 
De modo geral, não existe a cultura da amizade e do cuidado com a vida em nossa sociedade. Desconhecemos até cuidados simples e básicos com a própria saúde física, mental e espiritual, que poderiam evitar muitos sofrimentos à população, em especial, às camadas mais carentes. Falta o amor que dá o devido entendimento para vivermos em equilíbrio e harmonia conosco e com o nosso entorno.
 
Sem amor não há cuidado e as relações humanas, nos mais diversos âmbitos, ficam envenenadas pelo ódio, pela posse, pelo apego, enfim, pela ignorância, o que origina as pequenas e as grandes agressões entre os humanos e às demais espécies do planeta.
 
As condições para uma vida saudável precisam ser revistas e reorganizadas dentro de uma visão holística, que contemple as várias dimensões da nossa existência. É prioritário olhar para a causa básica do distúrbio climático planetário, ou seja, para o comportamento inadequado e destrutivo do homem. A desorganização e o desequilíbrio de milhões de pessoas geram ações que estão causando sérios desequilíbrios na atmosfera global.
 
Torna-se emergencial atuar na direção do resgate do estado natural do ser humano: a harmonia. É esse estado de  paz interior que nos leva a viver em unidade e equilíbrio com o ambiente externo, quer sejamos habitantes dos países do primeiro ou do terceiro mundo. Parece que esse é um dos grandes desafios das nações: conseguir um compasso entre a expansão econômica, os avanços tecnológicos e a elevação do nível de sensibilidade e consciência dos indivíduos. 
 
*Enildes Corrêa é Administradora. Terapeuta Corporal Ayurveda e professora de Yoga com formação e aperfeiçoamento na Índia. Autora do livro "Vida em Palavras".
Website: www.solautoconhecimento.com.br
email: solautoconhecimento@gmail.com
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