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Quinta-feira, 28 de março de 2024

Opinião

A geração da insônia

Acordar. Se arrumar. Trabalhar. Comer. Voltar para casa. Tentar dormir. Não conseguir. Essa é a rotina de milhares de pessoas que passam dias sem conseguir ter uma boa noite de sono. As preocupações, as cobranças e o ritmo de vida que levamos hoje não ajudam em nada na conquista dos “bons sonhos”.

Vivemos em uma sociedade impiedosa que nos cobra sucesso e conquistas cada vez maiores, em curtos períodos de tempo. Esse é um dos principais fatores de chegarem pacientes com quadro de stress, com cada vez menos idade.

Por ser algo tão natural ao ser humano, desvalorizamos o hábito de dormir bem e nos privamos dele conscientemente. Em muitos casos, “virar a noite” passou a ser considerado um ato de eficiência e sinônimo de dedicação. Um triste engano.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 40% dos brasileiros sofrem com a insônia. Ou seja, mais de 80 milhões de brasileiros têm dificuldades para dormir. Dorme-se menos por conta das preocupações.

No Brasil, a população sofre com um débito de duas horas de sono por dia, de acordo com a Associação Brasileira de Sono. A grande maioria (43%) dorme apenas de 3 a 5 horas, enquanto 36% dorme de 6 a 7 horas e somente 21% coloca em prática as recomendadas 8 horas ou mais.

Mas, quantas horas de sono são necessárias para ter uma boa noite de sono? Especialistas indicam, pelo menos, de seis a oito horas por noite. Contudo, a quantidade nem sempre significa qualidade. É preciso avaliar cada paciente de forma individual.

Esquecemos que sono é um dos componentes essenciais para a qualidade de vida. Ao longo dos anos, o corpo vai cobrando o preço de dormir mal e as novas “conquistas” vêm na forma de aumento da ansiedade, mais irritabilidade, queda na concentração, obesidade, hipertensão, diabetes, doenças do coração e depressão.

Uma boa noite de sono também tem a capacidade de nos manter sãos. Cientistas do departamento de psiquiatria da Universidade de Oxford, no Reino Unido, realizaram um  estudo que mostrou a insônia como um fator de causa na ocorrência de experiências psicóticas e outros problemas de saúde mental.

É preciso criar a consciência de que o sono também é uma parte importante do nosso dia. Ele nos ajuda a ter foco e vitalidade para enfrentar um novo dia de desafios e obstáculos. O stress pode ser uma consequência da vida profissional, mas ela não pode ser predominante. Fazer esse controle e avaliação é imprescindível para garantir saúde, bem estar e qualidade de vida para conquistar tudo o que sempre sonhamos.


Dra. Juliana Lobato Salustiano - Médica CRM-MT 6918
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