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Sábado, 20 de abril de 2024

Opinião

Administre suas emoções com a inteligência emocional

A inteligência é a faculdade de conhecer, compreender a aprender, de modo que seja possível adaptar-se as novas situações. Por muitos anos, a palavra inteligência esteve atrelada apenas ao quociente de inteligência (QI). No entanto, nos dias atuais, a inteligência passou a ser associada a novos conceitos, dentre eles, o estado emocional. É dentro deste campo que nasce a inteligência emocional, que consiste no modo como administramos as emoções diante das situações.
 
Cabe dizer que a inteligência emocional é bastante valorosa na resolução de conflitos pessoais e externos, por exemplo, durante uma prova, em uma entrevista de emprego e no dia a dia. Ao falar de uma pessoa inteligente no âmbito emocional podemos descrever aquelas assertivas, que expressam suas ideias diretamente, sentindo-se bem consigo mesmas. Isto é, a inteligência emocional está relacionada a criar motivações para si próprio, de modo que os impulsos sejam gerenciados.
 
O psicólogo americano Daniel Goleman, autor do livro "Inteligência emocional: a teoria revolucionária que define o que é ser inteligente", identifica que todas as emoções são impulsos para uma ação imediata. E isso pode ser considerado algo positivo e negativo, dependendo da situação a que elas são postas. Duas atitudes bastante comuns de pessoas que não possuem inteligência emocional são: não reconhecer as fraquezas e possuir uma percepção pobre sobre si.
 
O egoísmo também é uma das principais características das pessoas que não possuem inteligência emocional, pois elas não enxergam os outros, de modo que acabam não aprendendo com o próximo. Diante de situações difíceis, o indivíduo com inteligência emocional não deixa que a ansiedade interfira na capacidade de raciocinar, de ser empático e autoconfiante. Deste modo, podemos afirmar que, em alguns casos, a inteligência emocional pode ser mais importante que o QI.
 
Por exemplo, dois candidatos vão a uma entrevista de trabalho, o primeiro é bastante inteligente, possui ótimas notas e um currículo impecável, mas é uma pessoa pobre de inteligência emocional. Já o segundo é uma pessoa inteligente na medida, possui notas medianas e um currículo comum, sem grandes premiações, no entanto, ele possui inteligência emocional e consegue apresentar-se de forma convincente. Durante a entrevista de trabalho, o empregador pede para cada um dos candidatos apresentar seu trabalho. O primeiro candidato tomado pela ansiedade não consegue mostrar totalmente a sua eficiência, mas o segundo, através da inteligência emocional, apresenta todos os pontos positivos do seu trabalho, bem como cativa o empregador. O segundo candidato, então, consegue o emprego, porque ele demonstrou a sua autoconfiança e esta é um dos pré-requisitos para o cargo.
 
Neste caso, a inteligência emocional foi mais importante do que o QI, porque o empregador gostaria de um funcionário que possuísse não apenas um bom currículo, mas autoconfiança, controle das emoções e assertividade. O que foi mostrado apenas pelo segundo candidato. Mas isso não quer dizer que as pessoas com QI não possuem inteligência emocional, pelo contrário, existem muitas que conseguem manter os dois tipos de inteligência lado a lado.
 
As preocupações crônicas são um grande risco para a preservação da inteligência emocional, porque elas nunca apresentam uma solução. De acordo com Goleman este tipo de preocupação tem "todos atributos de um sequestro emocional de baixa intensidade: as preocupações parecem surgir do nada, são incontroláveis, geram um rumor constante de ansiedade, são imunes à razão e prendem aquele que se preocupa numa única e inflexível visão do tema". Portanto, são altamente destrutivas e tornam as pessoas escravas das próprias preocupações.
 
É comum encontrarmos pessoas que precisam estar preocupadas o tempo todo e quando não encontram algum motivo para a sua preocupação, elas simplesmente buscam novas preocupações. Esse tipo de pessoa não aprendeu a lidar com outras emoções e, por algum motivo, não consegue se desligar.
 
O tratamento ideal para as pessoas com preocupação crônica é praticar a autoconsciência, monitorar os indícios de ansiedade causados pela preocupação. Deste modo, é possível identificar as preocupações antes que elas se tornem nocivas à saúde.
 
Outra habilidade primordial para o exercício da inteligência emocional é o autoconhecimento emocional, que consiste na capacidade de reconhecer as próprias emoções e sentimentos. É primordial durante as atividades saber reconhecer as suas reações diante de situações adversas, como, por exemplo, quando uma ação é mal executada e o seu chefe o questiona. A partir do autoconhecimento é que será desenvolvido o gerenciamento emocional, que é a capacidade de lidar com os sentimentos, conscientizando os comportamentos de acordo com a situação.
 
E, por fim, é necessário inteirar-se sobre os outros, sabendo o momento certo para tratar um assunto e reconhecer as emoções do próximo. Na prática, é possível desenvolver, como qualquer outra habilidade, a inteligência emocional, basta ter persistência. O primeiro passo é se conhecer. Muitos acreditam que já desenvolveram o autoconhecimento e a autocrítica, porém, basta uma situação para demonstrar o contrário. É primordial fazer pequenas avaliações de suas atitudes diante dos problemas, dos momentos de estresse e de situações difíceis. Somente com essas análises você conseguirá saber se está controlando a sua emoção, sem agir de forma impulsiva.
 
Por isso, é importante desenvolver e treinar sempre que puder a inteligência emocional, porque ela precisa de estímulos para poder aprimorar-se. A inteligência emocional é um exercício diário, que necessita de uma verdadeira atenção, porque está ligada a saúde física e mental. Quando não tratada, pode provocar grandes danos em todos os âmbitos da vida.


Elen Lisboa Rodrigues Bellandi é coach pela Erickson College e pela Integrated Coaching Institute (ICI), ambas credenciadas pela International Coaching Federation (ICF). Possui formação em Coaching Express pela Condor Blanco, credenciada a Associação Internacional de Coaches Profissionais. Cursou com os professores de Harvard Robert Kegan e Lisa Laskow Lahey, na infraestrutura da Universidade, formação em Imunidade à Mudança individual e em times e equipes pela empresa Minds at Work. 
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